Confesso que não sou um admirador do Carnaval. Nunca me fantasiei, nem quando isso me distinguia negativamente dos outros meninos. Conheço pessoas que vibram, adoram transfigurar-se. Uma das maiores admiradoras desta festividade só não participa por impossibilidade física. Já ultrapassou os 92 e continua a ser uma das suas festas favoritas, recordada com imensa saudade e um brilho nos olhos.
O abrasileiramento da celebração também contribuiu para o meu afastamento. Ver moças roliças a imitarem o clima e a sexualidade tropical é deprimente. Existe no entanto, a inegável vantagem de as temperaturas gélidas entumecerem seios flácidos e adelgaçarem coxas agricolamente robustas. A dispensa está prevista em quase todos os acordos colectivos de trabalho, pelo que serão os pobres dos funcionários públicos, uma vez mais, os principais sofredores com as crises autoritárias e uma moral calvinista que parece ter entrado por Coelho acima como supositório de Ben-U-ron em rabo de criancinha.
As autarquias maribam-se para a decisão do governo, tomada 21 dias antes, à saída de uma reunião, divulgada perante as câmaras de TV e ignorando o investimento financeiro e afectivo que muitas populações fazem nesta data. Além de Coelho, Álvaro e alguns flagelados da função pública, ninguém trabalhará na próxima 3ª feira de Carnaval. No meio desta "estória", uma vantagem. Todos adivinhamos que, mesmo no gabinete, a produzir despacho atrás de despacho, Coelho vai estar fantasiado de palhaço.
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
a ignorância da troika das tradições indígenas
Ontem, Pedro Passos Coelho (sempre ele), com o ar cândido que o caracteriza, referiu-se à visita da troika em Junho dizendo “A troika trabalhava. O País aproveitava as pontes”. As pontes a que o láparo se referia era coincidentes com os feriados do 10 e 13 de Junho. Ao contrário do que quer fazer crer o bom do Pedro, nem todo o país fez ponte.
Nas localidades onde não se festeja o Santo António, os portugueses trabalharam no dia 13, este vosso criado incluído. PPC acha que o país devia laborar com afinco enquanto "burocratas de quinta linha" se reuniam com o então moribundo governo português. É o complexo do bom aluno em todo o seu esplendor.
Se os emissários da senhora Merkel tivessem feito o trabalho de casa saberiam a 10 de Junho se comemora o Dia de Portugal e que 13 é o dia de Santo António, padroeiro da capital portuguesa. Independentemente de outros factores, conhecer a cultura indígena faz parte dos hábitos do viajante informado, seja ele da troika ou não. Sugere-se às forças de ocupação e ao próprio lagomorfo "Portugual - A Guide For Dummies".
Nas localidades onde não se festeja o Santo António, os portugueses trabalharam no dia 13, este vosso criado incluído. PPC acha que o país devia laborar com afinco enquanto "burocratas de quinta linha" se reuniam com o então moribundo governo português. É o complexo do bom aluno em todo o seu esplendor.
Se os emissários da senhora Merkel tivessem feito o trabalho de casa saberiam a 10 de Junho se comemora o Dia de Portugal e que 13 é o dia de Santo António, padroeiro da capital portuguesa. Independentemente de outros factores, conhecer a cultura indígena faz parte dos hábitos do viajante informado, seja ele da troika ou não. Sugere-se às forças de ocupação e ao próprio lagomorfo "Portugual - A Guide For Dummies".
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
A "Relvas" deles ao menos é gira!
Soraya Sáenz é a nóvel ministra das más notícias para "nuestros hermanos". Mal por mal, prefiro uma carinha laroca a anunciar as desgraças. Além dos atributos visíveis a senhora tem também o mérito de ter concluído a licenciatura aos 23 anos e um curriculum académico. O nosso ministro da propaganda concluiu o curso de Vara, Tó Zé Seguro e muitos outros néscios aos 46. Só porque não se pode ser ministro sem se ser doutor ...
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Figura do ano: O lagomorfo
Se 2011 fosse um horóscopo chinês, este seria, sem sombra de dúvida, o ano do coelho. Os portugueses substituíram um animal feroz, por outro aparentemente fofinho e inofensivo. Quem já lidou com esta espécie, sabe que apesar da aparência ternurenta, são implacáveis. Primeiramente, soltam caganitas por tudo o que é sítio. Estes bichinhos, são também, peritos em destruir tudo o que seja cablagem, deixando-nos sem corrente eléctrica, e, consequentemente, privados de todas as facilidades do mundo moderno. Ora, não restam dúvidas que o Coelho tem andado a largar poias indiscriminadamente, e em seguida, destruí-nos as ligações, pelo que Portugal inteiro está cheio de merda e sem energia.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Três Garganta(s) Funda(s)
Sou contra as privatizações de bens essenciais como a electricidade, gás, água ou combustíveis. O Estado devia ter uma posição largamente maioritária nesta empresas, porque prestam um serviço indispensável à população. Feito este ponto prévio, aceito com desconforto algumas das privatizações que aí vêm. A EDP vai para mãos estrangeiras a curto prazo. Como todos sabemos a EDP é antes de mais uma espécie de cobrador do fraque, pois na factura aparece de tudo, além da electricidade. Este esquema bem português deu tal resultado que até os gregos vão ter um "imposto predial" na conta da luz. O chico-espertismo nacional faz escola por essa troika fora, em versão revista e adaptada.
A senhora Merkel resolveu meter uma cunha a Passos Coelho. Também a célebre cunha é uma invenção portuguesa adaptada por aqueles que nos espoliam. Se existissem patentes para os expedientes do estado português tínhamos o futuro garantido para os próximos quinhentos anos.
Acontece que a E.ON está a oferecer metade do valor que os chineses da China Three Gorges Corporation estão dispostos a gastar. E aqui não existe nenhuma "garganta funda" que não o valor do dinheiro. Os estatutos da eléctrica portuguesa são blindados. Significa isto que independentemente da percentagem de capital social que uma entidade possua, só pode exercer 20% dos direitos de voto.
Isto obriga a consensos estratégicos. Passso Coelho fala em "projecto". Eu falo em dinheiro. Se a nossa empresa não for vendida pela melhor oferta, tudo terá que ser muito bem explicado. E não me venha com tretas de "projectos" ou "interesses estratégicos". Não e-x-i-s-t-e-m.
A acontecer teriamos de receber contrapartidas no valor de milhares de milhões de euros. E já temos as experiência das mesmas no caso dos submarinos e de veículos militares. Os alemães não as cumprem. Assim façamos de Fausto e vendamos a alma a quem pagar mais. É a única forma séria de resolver este assunto. Ou será que num futuro não muito longínquo veremos um Coelho à frente da E.ON Portugal ?
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
O Álvaro percebe disto ...
Sobre os conhecimentos do Álvaro em matéria de transportes fica tudo dito em 4:25
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
O TGV, a velocidade boa e a alta prestação
![]() |
isto sim, é velocidade boa :) |
Observação para os menos perspicazes: a imagem não pretende ofender ou desvalorizar a mulher, é obviamente uma ironia com a expressão "velocidade boa", que é do mais ridículo que tenho ouvido.
domingo, 16 de outubro de 2011
Coelho guisado
Como o purgatório é um espaço de diversidade decidi dedicar este post à culinária. Não, não é uma brincadeira, é mesmo uma receita de coelho guisado. Afinal, hoje é domingo e o inimigo come-se quente e bem temperado! :)
sábado, 15 de outubro de 2011
O inferno são os outros
Uma aula de demagogia de fazer corar Sócrates, de má memória, em 9:58
"Nós temos uma noção de como as coisas estão" ao minuto 6:52
Roubado ao aventar
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
"Rock in Fátima" by Álvaro Santos Pereira

segunda-feira, 26 de setembro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Vítor, Álvaro & Cª Lda.
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Imagem: wehavekaosinthegarden.blogspot.com |
Académicos brilhantes, como num passe de mágica, transformam-se em políticos merdosos. À política o que é da política aos técnicos o que é dos técnicos. Goste-se ou não o mundo académico é uma espécie de torre de marfim onde mentes brilhantes cogitam princípios e soluções nem sempre exequíveis. A transição da Universidade para a vida real dá quase sempre mau resultado. Apesar estes dois ministros estarem obrigados a cumprir um programa imposto, politicamente a sua performance tem sido abaixo de sofrível. À Marcelo daria nota negativa a ambos. Vítor Gaspar mostra-se desconfortável na pele de Ministro, sem ideias ou alternativas para além do acordo com a troika. Nem uma medida para o crescimento, nem um passo politicamente arriscado. As suas conferências de imprensa são aulas com recurso a "documentos de suporte". Nem um rasgo, um brilho, uma ideia inovadora ou pelo menos original. O único momento em que o vi confortável foi na Universidade de Verão do PSD. Aí estava no seu habitat a dar aulas a aprendizes de deputados.
Álvaro Santos Pereira deveria ser o "lampadinha" da nossa economia, com intenção de inovação, detecção de nichos de competitividade, aposta em I&D, criação de um ambiente em que passada a tormenta teríamos desenhado um futuro para a nossa economia. Baseado na indústria, nos serviços, no turismo, nas pescas, no que fosse. Nada. Niente. Nicles. Neribi. A proposta mais visível foi a de transformar Portugal num lar de terceira idade para nórdicos, a Flórida da Europa. No TGV o governo desdisse-se como todos esperávamos e agora vamos ter uma espécie de Alfa em via única, que nunca será economicamente viável porque carece do número mínimo de composições em circulação simultânea para ser rentável. Como ouvi ontem, um TGV com rotundas.
Anseio pelo dia em que estes dois cromos deixem de destruir o pouco que nos resta e sigam para as suas aulinhas ...
sábado, 17 de setembro de 2011
flic flac à rectaguarda
A firmeza das convicções dos Ministros deste (des)governo não cessa de me surpreender. Depois do recuo do Macedo na pílula e vacinas, agora vem o Crato. "Ministério já não vai contratar professores ao mês". Alguém falou em "coluna vertebral de um caracol"?
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Querida encolhi os chefes!
Na prática a redução de 1.712 lugares dirigentes significa exactamente o quê? Vão encolher fisicamente os quadros superiores? Despedi-los? Reduzir-lhes privilégios e remunerações? Vocês não explicam, pá!
Já passei pelo Forte Apache para compreender o impacto financeiro desta medida e nem esses fazem a mínima ideia.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Pedro Mota Soares, o arrumador
A primeira vez que vi arrumadores a espécie era inexistente em Portugal. Foi há 18 anos no Rio de Janeiro. Chamavam-lhe os flanelinhas porque agitavam um pano para chamar a atenção para o local vago. Meia-dúzia de anos depois começaram a aparecer em Portugal. Eram em geral toxicodepentes ou alcoólicos que só estavam no trabalho até reunirem as moedas suficientes para a próxima dose. A coisa evoluiu e hoje já há chefes que recolhem a massa e pagam na dose. Com muita ou pouca cal a cortar ninguém sabe. Rui Rio tinha-lhes um ódio muito especial, mas como ninguém [a não ser os lisboetas e por razões que não cabem aqui] lhe dá grande atenção os "técnicos auxiliares de aparcamento urbano" lá continuaram, mesmo debaixo do seu nariz e da sua porta.
Mas a carreira de arrumador é agora distinta e ministeriável. Pedro Mota Soares, o homem da mota, que está habituado a aparcar em pouco espaço, pretende a fazer o mesmo com as nossas crianças e velhos. Estamos em crise, amontoem-se, diz o bom do Pedro. Fá-lo com quem não se pode defender ou protestar, os mais frágeis entre os frágeis. Fico perplexo por saber que os arrumadores já têm um representante nas mais altas estâncias da nação.
Mas a carreira de arrumador é agora distinta e ministeriável. Pedro Mota Soares, o homem da mota, que está habituado a aparcar em pouco espaço, pretende a fazer o mesmo com as nossas crianças e velhos. Estamos em crise, amontoem-se, diz o bom do Pedro. Fá-lo com quem não se pode defender ou protestar, os mais frágeis entre os frágeis. Fico perplexo por saber que os arrumadores já têm um representante nas mais altas estâncias da nação.
domingo, 4 de setembro de 2011
We're so fucked ...
Passos Coelho ou é ingénuo ou é burro. Eventualmente reúne ambas as qualidades. Hoje decretou o fim da crise para 2012. O fim da crise não depende de Portugal. Como diria o biltre existem factores "exógenos" que são incontroláveis. Pode ter-se boa vontade, fé no seus ministros, trabalho incansável. PPC e Portugal são meros peões no xadrez das circunstâncias internacionais. No mesmo dia em que PPC sofre este ataque de optimismo, Christine Lagarde anuncia a iminência de uma nova crise mundial. A última vez alguém decretou o fim da crise, deu no que deu. A não ser esta seja uma reedição da teoria do oásis. We're so fucked ...
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Alcatrão e penas
No El País, Pedro Passos Coelho é definitivo. Questionado se tenciona criar um imposto que tribute as grandes fortunas é definitivo. "Não, necessitamos de é de atrair fortunas, investimento e capital externo.". Nada me move contra os ricos. Mas que quem mais tem fique à margem desta sangria colectiva é chocante pela "falta de insensibilidade social", como diria o Tozé. Passos mostra-se seguro [reparem na beleza do trocadilho] que não haverá contestação social em Portugal. "no hay señales de protestas violentas.", diz. Até ao dia em que os portugueses das classes baixa e média, fartos de serem espoliados, te tratem à moda do velho Oeste. Com alcatrão e penas.
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