Mostrar mensagens com a etiqueta política. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta política. Mostrar todas as mensagens

sábado, 11 de fevereiro de 2012

O PC fez prova de vida (ou a beatificação de Santo Arménio)

Não contesto a capacidade de mobilização da GCTP e do PC. Sei como são organizados. Como chegam à capital autocarros cheios de manifestantes das mais diversas proveniências. Como já disse aqui, está é a contestação que o sistema tolera, contemporiza, uma válvula de escape aceite e até desejada. É inócua, ineficaz. Logo a seguir joga o Benfica e o povo trabalhador queda-se adormecido, com a satisfação do dever cumprido. Os 300 mil de hoje serão tão inconsequentes como sempre. O PCP fez prova de vida e retira-se satisfeito e cheio de si, sem que uma simples semente de revolta floresça.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Cães Danados



Cães vadios atacam na serra da Arrábida. Cães danados, à solta em São Bento, atacam os portugueses que lhes dão de comer. Impossível não estabelecer paralelismos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Alternadeiras


Não é só em Portugal que o povo padece de bipolaridade. Noutros países europeus tarda a surgir uma alternativa credível. Como clientes embriagados de uma casa de má fama, os europeus insistem em escolher entre a alternadeira que lhes parece mais promissora.

Há muito que o espumante perdeu força. Apresenta-se morto, sem borbulhas, com promessas que, sabe-se, não irá cumprir. Entre os "socialistas" convertidos em sociais-democratas de segunda escolha e os conservadores, que seguindo os ditames da moda, pescam em águas liberais, o povo espanhol escolheu.

A sua opção foi idêntica à nossa. Subserviência aos mercados e à Alemanha. “A voz espanhola tem de voltar a ser respeitada em Bruxelas e em Frankfurt, seremos o mais leal e mais exigente dos sócios, cumpridores e vigilantes” disse Rajoy. E isto é todo um programa. Os povos europeus pela inépcia das suas escolhas merecem o que lhes está a acontecer.

sábado, 12 de novembro de 2011

O Profeta


O Profeta foi a mão executora da reforma agrária, sob as ordens de Carlucci e com o beneplácito do "Partido Socialista". O Profeta é alto, tem barbicha de bode, fala pausadamente. Nasceu em berço de ouro, mas, como todo o jovem, teve momentos de rebeldia algures nos idos de 60. Quando esta lhe podia custar o coiro, gozou uma licença graciosa na Suíça. Aproveitou para se licenciar em Sociologia, ciência social desconhecida no Portugal de Salazar. Sempre teve uma secreta ambição, que, como Pedro o Apóstolo, nega quando perguntado. Lentamente, na voragem que sugou Pacheco Pereira, Zita Seabra, Durão Barros, José Manuel Fernandes e outros, transformou-se na cabeça pensante da direita. Um profeta do ideário em curso. Estado mínimo, taxa máxima.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A revolução somos nós!


Muito se tem escrito nestes últimos tempo sobre a alteração de paradigma económico do mundo em que vivemos. Um capitalismo que mata de inanição os seus trabalhadores não tem futuro. Ou se regenera, redistribui e readapta ou morre. Muitos ainda não compreenderam que esta alteração se deve à tecnologia. Esta existe para servir o homem e não para torná-lo seu escravo. Qualquer observador minimamente atento saberá que a primavera árabe começou no facebook e através de vídeos e SMS. Quando atingimos um grau tão elevado de desenvolvimento, deveríamos trabalhar menos e receber melhor salário. Isto apenas não acontece porque as grandes empresas e a tecnologia estão a servir a ganância de uns poucos e não o bem estar comum.

Estranhamente, ou talvez não, os partidos, fechados nos seus universos de fidelidades, compadrios, lutas intestinas pelo poder e vendettas pessoais não compreenderam que a partir do momento em que a possibilidade de comunicar, filmar, fotografar e partilhar esses conteúdos com o mundo, está no nosso bolso, a possibilidade de criar um novo paradigma está também nas nossas mãos. Os partidos são parte do problema e não parte da solução.

Para um libertário isso gera uma imensa alegria. Por muito que tentem parecer modernaços, os partidos estão obrigados ao confronto entre si, como modo de justificarem a sua existência, a aparente criação de opções que, de facto, o não são. Sabem bem que no fundo são os representantes de um modelo esgotado em que uma imensa maioria não se revê. Tentam acompanhar os tempos, aderindo entusiasticamente a manifestações como o "Occupy Wall Street", "We are the 99%" ou o 15 de outubro. E, no entanto, é chegado o tempo em que a decisão individual cria o colectivo. Sem congressos, comité central, jornalistas subservientes e media controlados. O futuro será o que esse colectivo anónimo, a que alguns ainda gostam de chamar povo, decidir.

domingo, 2 de outubro de 2011

You're so full of shit, Mr. Obama


No campo da política, poucos me desiludiram tão enormemente como Barack Obama. Continua a ser um tribuno incomparável, mas um joguete nas mãos dos lobbyists, de Wall Street e do capitalismo. Não esperava que fosse capaz de reverter ideologicamente a América, e o dog eat dog que fazem parte do american way of life. Mas tinha legítimas esperanças que humanizasse um sistema quase psicótico. De 2008 até hoje os prisioneiros permanecem em Guantánamo, os bancos regeneraram-se e como diz o outro "quem manda no mundo é a Goldman Sachs.". O único legado é uma reforma tímida no sistema de saúde. É pouco, muito pouco.

Além do mais mais essa preocupação com a Europa soa a falso. Os americanos já não são donos do seu destino. Venderam-no à China. A crise da dívida europeia pode ser resolvida dentro da Europa. Temos os meios para isso. A América está dependente de boas vontades asiáticas. Continuo a respeitar Obama, acho-o infinitamente melhor que Bachmann ou Palin. Mas fica tudo mais ao menos na mesma na era pós-Obama e o meu coração sangra por esta oportunidade perdida.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

vá lá, não desesperem

(clique na imgem)
ainda dá para espremer mais um bocadinho ...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

défice democrático, superavit gastronómico


Pode-se acusar Alberto João jardim de ser despesista, mentiroso, prepotente, manipulador, o que se quiser. No entanto num momento de sinceridade subliminar a página do PSD Madeira foi alojada num domínio .com. Embora no continente, em tempo de eleições, as maratonas de vitela assada sejam frequentes, os jantares-comício da Madeira ultrapassam o habitual e prometem que nenhum madeirense vá votar de barriga vazia. No site da campanha de um total de dez "notícias", sete referem-se a reuniões partidárias com repasto incluído. Como se poderá verificar aqui, todas as acções de campanha previstas de 26 a 30 de Setembro passam pela paparoca.

Suponho que na Madeira a falta de imaginação gastronómica seja idêntica à do continente, servindo-se dia sim, dia sim, doses cavalares de espetada em pau de louro. Pede-se pois a intervenção de Cavaco Silva que já demonstrou amiúde preocupação, interesse e até um certo encantamento com as actividades dos bovinos. É que em 37 anos de democracia já milhares de vacas e vitelas foram assassinadas em nome do bloco central. Pode haver défice democrático mas está garantido um superavit gastronómico.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A revolução silenciosa de Moedas


"reformas pouco mediáticas, difíceis de explicar, que não têm resultados imediatos e são de difícil execução"
"Portugal tem que adoptar regras mais claras e eficientes no mercado da concorrência"
"tirar as barreiras às empresas e aos empresários"
"dar confiança a um empresário, porque se a sua empresa correr mal faz outra".


Declarações de Carlos Moedas ao Diário Económico.

A vacuidade deste governo está bem patente nestas declarações de Carlos Moedas. Como diriam os Gato Fedorento, o governo vai fazer "certas e determinadas coisas" e "coisa e tal". Aguardam-se os resultados da "revolução silenciosa"  de Moedas e sus muchachos. É que embora imberbe à data ainda me lembro da Maioria Silenciosa.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Estado mínimo, taxa máxima




We shall go on to the end. We shall fight [...] on the seas and oceans; we shall fight with growing confidence and growing strength [...]. We shall defend our island whatever the cost may be; we shall fight on beaches, landing grounds, in fields, in streets and on the hills. We shall never surrender [...]

A entrevista de Vítor Gaspar ao Público é a confirmação de que os cortes da despesa corrente, a fusão e extinção de organismos redundantes do estado são mera cosmética. Poupam-se gotas num oceano de dívida. A poupança de 100 milhões de euros recentemente anunciada equivale ao que gastamos ao manter forças militares no Afeganistão e Iraque.

Todos compreendemos que os cortes vão ser nas áreas da saúde, educação e prestações sociais. As conquistas do 25 de Abril prendem-se precisamente com estes três campos. Temos (tínhamos) um sistema de educação pública que permitiu a ascensão social, uma saúde sofrível, mas para todos, uma almofada no caso do desemprego ou pobreza. Sócrates iniciou a destruição das garantias sociais. Na ânsia de agradar à Alemanha e aos "credores" este governo vai desbaratar um património comum que permitiu aos portugueses uma subida significativa de qualidade de vida nos últimos 37 anos. Os fantoches franco-alemães limitam-se a seguir a voz do mestre, mesmo quando, contra-natura, prejudicam o povo que os elegeu. Os liberais aplicam a receita de serviços mínimos, taxas mínimas. Em Portugal consegue-se a quadratura do círculo. Um estado que presta serviços mínimos mas que cobra a taxa máxima.

É esse o motivo porque me aproprio do discurso de Churchill. Com a certeza de que não me irão derrubar sem luta.

Cartaz da Gui Castro Felga.

sábado, 17 de setembro de 2011

flic flac à rectaguarda



A firmeza das convicções dos Ministros deste (des)governo não cessa de me surpreender. Depois do recuo do Macedo na pílula e vacinas, agora vem o Crato. "Ministério já não vai contratar professores ao mês". Alguém falou em "coluna vertebral de um caracol"?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Coisas que me deixam louco ...


Para quê concentrarmo-nos no cumprimento do memorando se o PSD grita aos quatro ventos que quer "ir para além da troika". Porquê esta obsessão de bom aluno, que faz mais trabalhos de casa do que o professor solicita? Qual a motivação para tal servilismo? Porque não procuramos fazer lobby com os países em situação idêntica à nossa? A Europa desmorona-se, sem ideias ou rumo, navegando à vista perante a avidez dos mercados. A única solução para que não entremos em default como provavelmente acontecerá à Grécia é uma renegociação da dívida. Uma renegociação conjunta dos países intervencionados. É menos penalizante para os povos proceder a um ajustamento orçamental de 5% em 10 anos do que em 2. Caso não seja este o caminho adoptado o efeito-dominó será inevitável e a Grécia arrastará Portugal para fora do euro, Portugal a Irlanda, a Irlanda a Espanha, esta a Itália e por aí fora. Ou serei eu que estou errado?

Actualização: [Declarações de Christine Lagarde] "A resposta da Europa à crise da dívida, disse, deve equilibrar-se entre “medidas necessárias para promover o crescimento a curto prazo” e preservar “a consolidação orçamental a médio e longo prazo”.

Imagem roubada daqui.

sábado, 10 de setembro de 2011

domingo, 4 de setembro de 2011

We're so fucked ...

Passos Coelho ou é ingénuo ou é burro. Eventualmente reúne ambas as qualidades. Hoje decretou o fim da crise para 2012. O fim da crise não depende de Portugal. Como diria o biltre existem factores "exógenos" que são incontroláveis. Pode ter-se boa vontade, fé no seus ministros, trabalho incansável. PPC e Portugal são meros peões no xadrez das circunstâncias internacionais. No mesmo dia em que PPC sofre este ataque de optimismo, Christine Lagarde anuncia a iminência de uma nova crise mundial. A última vez alguém decretou o fim da crise, deu no que deu. A não ser esta seja uma reedição da teoria do oásis.  We're so fucked ...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A barafunda ideológica é uma cena que a mim não me assiste


Anuncia-se uma nova manifestação para 15 de Outubro. Os promotores são os mesmos do 12 de Março. O sucesso do 12 de Março foi conjuntural. Nas ruas juntaram-se da esquerda à direita todos os que estavam contra Sócrates. Não havia uma matriz ideológica distintiva no 12M que essencialmente agrupava compreensíveis descontentamentos.

Nas eleições esse descontentamento manifestou-se na maioria que os portugueses deram ao PSD e CDS. Não contesto os resultados eleitorais (nem poderia) mas hoje é óbvio é que os portugueses saíram do diabo e meteram-se com a mãe . O mesmo chorrilho de promessas não cumpridas, o mesmo ataque aos trabalhadores, a mesma avidez fiscal. O que os portugueses validaram nas urnas foi uma mudança de estilo e não de políticas. A passagem do "animal feroz" ao equivalente masculino da "Amélia dos olhos doces". Conheço muitos participantes do 12M que são simpatizantes do PSD e que estiveram presentes como modo de pressão sobre Sócrates. Tudo isto é legítimo, mas com a provecta idade de 48 anos já me posso dar ao luxo de escolher as companhias. Até nas manifestações.

A 15 de Outubro não haverá tantas "linhas cruzadas". Esta demonstração terá um carácter ideológico que esteve ausente no 12M. Quem estará presente serão as pessoas com ideais solidários e de esquerda. Do PS ao PCTP-MRPP. Os simpatizantes dos partidos agora no governo não participarão. A 15 de Outubro seremos certamente em menor número. Mas com ideias muito menos difusas do que o justificado ódio a Sócrates. Ainda bem. A barafunda ideológica é uma cena que a mim não me assiste.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Uns podres de ricos outros podres de estúpidos


Segundo a SIC a aplicação de um imposto extraordinário aos 200 mais ricos de Portugal renderia mais de 800 milhões de euros ao erário público. Isto a uma generosa taxa de 1,8% do total do rendimento bruto anual. Ao comum dos portugueses, que tem todo o seu rendimento de trabalho dependente, é "atribuída" uma taxa média de 3,5%.
  •  Como é que 200 portugueses podem gerar mais receita do que todos os trabalhadores por conta de outrem?
  •  Porquê uma sugestão de 1,8% como a taxa máxima francesa e não 3,5% como o comum dos portugueses?
  • Como é que chegamos a um ponto em que achamos esta assimetria na distribuição rendimentos, "normal"?

Tristemente inconsequente


As causas fracturantes do BE já se tornaram um ex-libris deste partido.O Bloco tem momentos  pequeno-burgueses confrangedores. Numa situação de emergência social, com milhares no desemprego e outros tantos na fila para esse flagelo, num momento em que importaria defender os interesses dos trabalhadores e provar a capacidade de mobilização de uma multidão de insatisfeitos com este modelo social e económico, o BE, incapaz de levar o povo às ruas, transporta para o parlamento as célebres "causas fracturantes". Com uma maioria de direita e embora tratando-se de matéria de consciência, logo sujeita ao livre-arbítrio, regressamos ao quixotismo puro e duro, sem sustentação social ou maioria política que permitam levar estas propostas avante.

Respeito os direitos das minorias. Nada me move contra a adopção por casais homossexuais. Compreendo e aceito como boas muitas das razões que os sábios convocados irão dar para a eutanásia. Mas é esta a temática que preocupa o povo português?  Quem no dia a dia se debate para pagar água, luz, alimentação? Por muita consideração que me mereçam as minorias, há uma imensa maioria com a mais prosaica das preocupações. Sobreviver. E é para esses que as atenções deviam estar voltadas.

O resto são questões periféricas e de costumes a ser debatidas em outros momentos. Já por aqui disse que o momento é de combate na rua. Pacífico, mas firme e inequívoco. Com estar iniciativas o BE parece uma espécie de emplastro da política portuguesa, colocando-se aos saltinhos atrás das câmaras de TV para uma efémera notoriedade. Notoriedade essa tristemente inconsequente.