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domingo, 2 de outubro de 2011

You're so full of shit, Mr. Obama


No campo da política, poucos me desiludiram tão enormemente como Barack Obama. Continua a ser um tribuno incomparável, mas um joguete nas mãos dos lobbyists, de Wall Street e do capitalismo. Não esperava que fosse capaz de reverter ideologicamente a América, e o dog eat dog que fazem parte do american way of life. Mas tinha legítimas esperanças que humanizasse um sistema quase psicótico. De 2008 até hoje os prisioneiros permanecem em Guantánamo, os bancos regeneraram-se e como diz o outro "quem manda no mundo é a Goldman Sachs.". O único legado é uma reforma tímida no sistema de saúde. É pouco, muito pouco.

Além do mais mais essa preocupação com a Europa soa a falso. Os americanos já não são donos do seu destino. Venderam-no à China. A crise da dívida europeia pode ser resolvida dentro da Europa. Temos os meios para isso. A América está dependente de boas vontades asiáticas. Continuo a respeitar Obama, acho-o infinitamente melhor que Bachmann ou Palin. Mas fica tudo mais ao menos na mesma na era pós-Obama e o meu coração sangra por esta oportunidade perdida.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Germanofobia


Começo a sofrer de germanofobia. Talvez porque na minha infância e juventude vi demasiados filmes de guerra, a imagem do nazi louco que queria dominar o mundo nunca saiu do meu inconsciente. Não é politicamente correcto dizer-se isto, mas não será esse também o inconsciente colectivo alemão? Cada vez que a senhora Merkel fala não consigo deixar de vislumbrar um Honecker de saias. Sim, porque também Honecker era um nazi. O único que terá dúvidas se a RDA não era uma democracia será o inefável Bernardino Soares. Depois de ler no aventar que a dívida da Alemanha pode ascender a 185% do seu PIB, cada vez mais me convenço que não é a hipocrisia que comanda Merkel. Trata-se de um fuga para a frente, de esconder os seus próprios podres apontando os dos outros. O "exemplo" alemão é um mito, o bezerro de ouro contemporâneo nesta Babel europeia.

Adenda: [Este comentário da Ana]

Mas também duvido que alguma vez o objectivo fosse a união da europa, pois sabemos que desde que entramos fomos subjugados, quando nos espoliaram das nossas fontes produtivas, tornando-nos dependentes. E as relações de dependência não são saudáveis. A pseudo-união só serviu para tentar fazer frente aos EUA e de certa forma controlar os ânimos bélicos dos países europeus, e como todas as relações falsas não se aguentaram muito tempo.
 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Manda quem tem o dinheiro

Este é o verdadeiro Conselho de Segurança da ONU. O discurso redondo e deprimente de Obama na Assembleia Geral é prova disso.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Will work for food


É difícil mas necessário ironizar casos como o de um homem escravizado desde 2006. Representa apenas as medidas tendentes a desvalorizar o factor trabalho como a redução da TSU, a facilitação dos despedimentos, a eternização dos contratos a prazo ou os recibos verdes. Num mundo global, para competir com os custos de produção chineses, teremos todos de nos tornar "chineses". Todo o programa do governo aponta neste sentido. O que estes homens fizeram é de uma crueldade e desumanidade extremas. E no entanto, após a completa implementação das medidas das troika no que ao trabalho respeita, não ficaremos muito melhor. Com o desemprego e a minimização das prestações sociais não estamos longe do tempo em que "trabalharemos por comida".

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Coisas que me deixam louco ...


Para quê concentrarmo-nos no cumprimento do memorando se o PSD grita aos quatro ventos que quer "ir para além da troika". Porquê esta obsessão de bom aluno, que faz mais trabalhos de casa do que o professor solicita? Qual a motivação para tal servilismo? Porque não procuramos fazer lobby com os países em situação idêntica à nossa? A Europa desmorona-se, sem ideias ou rumo, navegando à vista perante a avidez dos mercados. A única solução para que não entremos em default como provavelmente acontecerá à Grécia é uma renegociação da dívida. Uma renegociação conjunta dos países intervencionados. É menos penalizante para os povos proceder a um ajustamento orçamental de 5% em 10 anos do que em 2. Caso não seja este o caminho adoptado o efeito-dominó será inevitável e a Grécia arrastará Portugal para fora do euro, Portugal a Irlanda, a Irlanda a Espanha, esta a Itália e por aí fora. Ou serei eu que estou errado?

Actualização: [Declarações de Christine Lagarde] "A resposta da Europa à crise da dívida, disse, deve equilibrar-se entre “medidas necessárias para promover o crescimento a curto prazo” e preservar “a consolidação orçamental a médio e longo prazo”.

Imagem roubada daqui.

domingo, 28 de agosto de 2011

Até o negócio da morte está em crise!


Até o negócio da morte está em crise. Na secção da Necrologia do JN já se fazem descontos nos anúncios das missas de 7º e 30º dia.

sábado, 20 de agosto de 2011

Em cuecas ficamos nós ...


Ontem o palhaço actou em Porto Santo. O Bokassa da Madeira mantêm-se à margem da austeridade porque "atirar a toalha ao chão" não é com ele. Claro que não, basta agitar o independentismo e as mais de três décadas de vitórias para o PSD que logo PPC afogará o "problema Madeira" com dinheiro de todos os contribuintes, madeirenses ou não. Sacrifícios sim, mas só para alguns. Ficamos nós em cuecas que AJJ vai continuar a gastar à tripa forra.

domingo, 14 de agosto de 2011

tentifada



Ao que leio a proletarização da classe média corre pelo mundo fora. Depois do 12 de março em Portugal, dos indignados em Madrid parece que os israelitas também estão à rasca. Protestos que já duram há um mês e que ontem reuniram 70 mil pessoas em diversas cidades da periferia. Interessante que para se conseguir informação completa sobre este protesto se tenha de consultar a imprensa internacional. Por cá, apenas o Público noticia o protesto. Não vá a coisa pegar moda ...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cobaias humanas


É vulgar lermos sobre experiências médicas realizadas em África. Com ou sem consentimento dos "objectos de estudo", é a miséria que permite que existam cobaias humanas. Desta vez na Nigéria, e pelas mãos da Pfizer. Aproveitar um surto de meningite para realizar experiências é eticamente condenável. Sei bem que a ciência busca resultados antes de tudo. Mas o que se passou não é a ciência, é antes o aproveitamento do desespero e ignorância de pais sem meios ou formação para distinguir o que pode ou não matar os seus filhos. Sem capacidade para haver um consentimento informado. Que uma multinacional se "congratule" com os acordos alcançados e os considere "um passo histórico" é o cúmulo da obscenidade. Que só agora sejam ressarcidas as famílias quando tudo isto se passou em 1996 é inexplicável. Exigir-se-ia além das indemnizações um pedido de desculpas formal. But who cares? Reúnem as condições ideias para cobaias humanas, voluntariamente ou não. São pretos e pobres.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

hey hunters leave the melro alone!

Uma qualquer besta quadrada tinha classificado o melro como "espécie cinegética". Para os menos familiarizados com as coisas da caça, isto é um eufemismo para "passível de ser caçado". Ora os melros além de um apetite voraz por dióspiros não fazem mal a nada nem ninguém. O homem do queijo limiano, que quer se goste dele quer não, é um homem do campo teve a sensatez de acabar com este disparate. Parabéns ó Campelo!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Taxi driver

- Are you talking to me?

alguém vai pagar!


Estas são as propostas em cima da mesa, relativas à alteração da legislação laboral. Na prática, diminuem-se os subsídios e os direitos e facilitam-se os despedimentos. Depois de ler estas propostas, creio que existe aqui a tentativa de criar um conflito geracional artificial. Algumas destas medidas irão aumentar a empregabilidade dos jovens à custa da perda de direitos dos que estão no meio ou fim da sua carreira profissional. Dividir para reinar parece ser o lema. Criar empregos com mais baixos custos para o empregador é o objectivo. Se verificarmos os pontos 4 e 5 corroboram esta minha teoria. A baixa da TSU não passa de uma manobra de diversão, pois na prática será mais fácil e lucrativo para o empregador despedir um trabalhador com 55 anos e 20 de empresa e substituí-lo por um de 25 e pagar metade do salário. A precariedade não se altera, apenas muda de geração.
Segundo o porta-voz do governo, a lei das indemnizações (ponto 4) apenas se aplica aos novos contratos. Está no entanto prevista a aplicação destas medidas a todos os trabalhadores no curto e médio prazo.

Como dizia o taxista ao meu amigo Miguel:
- A gente aguenta tudo, mas se os putos lá em casa estiverem com fome, alguém vai pagar!

1. Menos subsídio de desemprego. 1048 euros passará a ser o montante máximo a pagar e por um período de tempo mais curto. O acordo com a troika implica que no limite o subsídio de desemprego seja atribuído por 18 meses, por oposição aos três anos que ainda estão em vigor. Estas regras apenas vão afectar futuros desempregados.


2. Novas regras no subsídio. O apoio no desemprego diminui 10 por cento após seis meses. A intenção é promover uma procura mais intensiva de trabalho. Por outro lado, 12 meses consecutivos de contribuições para a Segurança Social passam a ser suficientes para aceder ao subsídio. Na actual legislação exigem-se 15 meses.


3. Independentes mais protegidos. Os recibos verdes passarão a ter alguma protecção social na hora da falta de trabalho. Caso deixem de ter trabalho fixo com uma empresa poderão auferir do subsídio de desemprego. Esta medida visa o aumento das redes de protecção social e traz alguma segurança a um sector laboral que vive, regra geral, mergulhado na indefinição.


4. Corte nas indemnizações. Medida polémica e que há muito vem sendo debatida na concertação social, as indemnizações compensatórias por despedimento devem baixar substancialmente, passando a ser idênticas pata contratos sem termo e contratos a prazo. Dez dias por cada ano de trabalho é o valor que está em cima da mesa. Inicialmente, falou-se na criação de um fundo para financiar parte das indemnizações mas a ideia caiu por terra, após os patrões alegarem não existirem condições de liquidez, nem de mercado, para conseguir juntar esse dinheiro. Na prática, o trabalhador receberá 20 dias por cada ano de trabalho.


5. Despedimento por justa causa. Será apresentada uma proposta com ajustamentos nos despedimentos individuais por justa causa. Será mais fácil, por exemplo, despedir um trabalhador por “inadaptação”, mesmo que não tenham sido introduzidas alterações ao nível das novas tecnologias ou outras mudanças no local do trabalho. A medida apenas irá abranger novos contratos, mas o memorando de entendimento prevê que a revisão da legislação laboral venha a abranger todos os trabalhos, sem prejuízo dos direitos adquiridos.


6. Menos horas extraordinárias. Actualmente, o valor mínimo das horas extraordinárias é de 50%. De acordo com o memorando da troika, este passará a ser o valor máximo a pagar pelas empresas. Actualmente o mercado de trabalho paga 50% na primeira hora, 75 na seguintes e o dobro de o dia de trabalho calhar a um feriado.


7. Bancos de horas. Com o intuito de flexibilizar os horários de trabalho, os bancos de horas poderão vir a ser negociados directamente, através de mútuo acordo entre trabalhadores e empregadores.


8. Ordenado mínimo congelado. Reivindicação antiga, ainda não será desta que o ordenado mínimo nacional vai para os 500 euros. No documento da troika lê-se que “qualquer aumento do salário mínimo só terá lugar se justificado pelas condições económicas e terá de ser acordado no contexto das revisões regulares do programa”. Dito de forma mais simples, não há margem para subidas.


9. Redução da Taxa Social Única. Medida muito debatida durante a última campanha eleitoral, a Taxa Social Única deverá descer, faltando estabelecer em concreto em quantos pontos. Refira-se que a descida se fará apenas na parte que é responsabilidade dos empregadores. Esta é uma medida que terá que avançar já no Orçamento de Estado para 2012.


10. Contrato único. Para futuro, exige-se a existência de um só tipo de contrato, de maneira a tendencialmente acabar com os contratos a termo. O memorando prevê ainda a flexibilização do período experimental no recrutamento inicial.

Fonte:dinheirovivo.pt

sexta-feira, 15 de julho de 2011

a lepra da dívida


Até tu, Obama?
Portugal não é a Grécia, a Itália não é Portugal, a Espanha não é a Itália,  a Alemanha não é a Espanha.
Topas?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

São os mercados, estúpidos!!

Os editoriais de Pedro Guerreiro no Negócios e de António Costa no Diário Económico, são particularmente interessantes. Ver os defensores da auto-regulação dos mercados vociferar com a Moody's seria triste se não fosse ridículo. Quando a esquerda alertava para a necessidade de uma agência de rating europeia, para a voracidade dos "mercados", disseram um ténue sim, mais complacente do que convicto. Agora chamam-lhes "bastards" e querem prender as agências. Em causa está muito mais do que o lucro rápido do short-selling. Em causa está o plano combinado de ataque ao euro e a hipótese comprar de posições em empresas portuguesas altamente lucrativas a preços da uva mijona.

São os mercados, estúpidos!!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

anarco-cão



Este cão é dos meus! Eu também detesto os porcos! Se algum dia precisares de abrigo e ração da boa, podes bater cá à porta.

domingo, 19 de junho de 2011

Entre a crise e a opulência


Na tranquilidade das férias, é bom por a leitura em dia, ignorar a agenda do BCE e a tragédia grega. Mesmo sempre atento às notícias tudo parece distante, de um outro país e de um outro planeta. Dias passados a ensinar a filha a nadar, num merecido dolce far niente. E no entanto entre Philip Roth e Reif Larsen, entre a praia e a piscina, encontro sinais de como a riqueza está mal distribuída e vivemos num país terceiro mundista.A quantidade de vivendas de luxo, na zona onde me encontro é atemorizadora. Não se trata de vivendas para alugar, mas de casas de férias com 6 ou 7 quartos, jardins impecavelmente tratados e carros de luxo em garagens que podem albergar vários. Estou numa parte do país (e não, não fui convidado para a urbanização da Coelha), onde famílias abastadas, têm para usar durante um ou dois meses do ano, habitações que fariam as delícias de famílias numerosas. E mesmo neste torpor de férias não consigo deixar de pensar como há gente a viver em casebres miseráveis e outros num luxo que roça a opulência. Um retrato sem final feliz do país em que vivemos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Na Grécia luta-se, aqui ficamos deitados ...


Tenho consciência de que as minhas posições sobre o dever de resistência de um povo são partilhadas por poucos. Mas, na minha modesta opinião, a resistência dos gregos a novas medidas de austeridade é perfeitamente legítima. As medidas do FMI provaram que em vez da recuperação os gregos vêem o seu poder de compra e a sua autonomia cada vez mais limitados. Para combater o fogo, é muitas vezes necessário atear um contra-fogo. Lá luta-se, cá o povo deita-se.