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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"Lúcio Feteira, a história desconhecida" por Miguel Carvalho


O autor do livro "Lúcio Feteira, a história desconhecida", o jornalista Miguel Carvalho, não tem dúvidas: o milionário português era um homem visionário que "não podia ver um rabo de saias" e um empresário repleto de "esquemas".

"Tanto lá (Brasil), como cá (Portugal), não encontrei nos grandes negócios nada que não tenha um esquema, nada que não seja duvidoso", salienta Miguel Carvalho, acrescentando que isso lhe valeu ameaças de morte e armas empunhadas numa Assembleia Geral de uma das empresas, a Covina, cujos sócios acabou por "trair".
Da investigação que durou um ano, o jornalista Miguel Carvalho conseguiu fazer o retrato de um homem simultaneamente capaz de aparecer como "banqueiro da resistência à ditadura" e "financiador de um golpe contra Salazar".

Algo que, segundo o autor do livro, disponível nas livrarias a partir de hoje, só prova a capacidade que Lúcio Feteira tinha "em jogar em diversos tabuleiros", notando a forma hábil como conseguiu, a partir do Brasil, construir "grandes cumplicidades com os poderes militares das ditaduras sul-americanas".

Era um homem visionário, capaz de se preocupar, nos anos 30, com as questões ambientais quando liderava a Junta de Freguesia de Vieira de Leiria, mas uma figura que a injustiça da História secundarizou perante industriais como Alfredo da Silva e António Champalimaud, "muito porque ficava na sombra", justifica Miguel Carvalho.
Lúcio Feteira era "um mulherengo assumido", realça. No livro, o jornalista aborda uma história que atesta a "vertigem" do milionário português pelas mulheres.

"Ele chegou ao aeroporto, viu passar uma beldade e seguiu a mulher. Deu-se ao luxo de trocar o bilhete para acompanhar a mulher, mas quando se vê a bordo do avião constata que ela vai em viagem de lua-de-mel", conta. "Era dado a estes fascínios e a estes luxos", explica Miguel Carvalho.

Rosalina Ribeiro foi uma companheira "útil", de "dedicação inexcedível, embora se possa pensar que teria o seu interesse muito próprio", mas "aquela que eu penso que foi a mulher da vida de Lúcio Feteira, a sua primeira grande amante, foi Celeste Pastorini", sustenta.

"Era muito bonita, ofereceu-lhe sociedades, deram a volta ao mundo. Um dia confidenciou a familiares: Ela gostou muito de mim e eu muito dela', algo que nunca disse de outra mulher ou de Rosalina, ilustra o jornalista.
O autor do livro, contudo, sublinha que nada do industrial multimilionário "era a preto e branco" e, apesar do sucesso nos negócios e com as mulheres, Miguel Carvalho gravou na mente uma frase de Lúcio Tomé Feteira: "Tudo neste País contra mim se tramou."

Texto roubado ao DN Online. O Miguel brilha diariamente no blogue A Devida Comédia.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Esta vida de marinheiro


"O livro é da autoria do jornalista portuense Ricardo Alexandre. Entre fotografias e muitos depoimentos, a obra inclui ainda a entrevista que a socióloga Paula Guerra fez a João Aguardela, por ocasião da sua tese de doutoramento. O livro vai ser apresentado no próximo dia 13 de Setembro, em Lisboa, na Fnac do Chiado, e no dia 16, no Porto, na Fnac do NorteShopping."

Fonte: A Trompa

Tenho a honra de ser amigo do Ricardo Alexandre. Sei que escreveu este livro com o coração. Além de um profissional de mão-cheia é também um semeador de afectos. Sexta lá estarei para o abraçar.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sci-Fi e Fantasia


Hoje, ao olhar para a estante, encontrei alguns dos livros da minha juventude. Entre os 16 e os 19 anos fui consumidor compulsivo de ficção científica e fantasia. Eram livros de bolso da Europa América, baratos, simples, divertidos e com grandes autores. Tal como hoje a sci-fi e fantasia era os parentes pobres da literatura. A saga de "O Senhor dos Anéis" recuperou de novo este género de literatura popular reabiltando-a aos olhos de muitos embora outros tantos ainda hoje a considerem um género menor.

Não sou um especialista em literatura, apenas um consumidor de livros pelo prazer de um boa "estória". Ainda hoje sigo esta máxima, descrita pelo meu amigo Ricardo de uma maneira simples mas efectiva e profundamente despretensiosa. "Ler é um prazer, não um dever". Tenho por isso grandes lacunas no conhecimento dos clássicos. Se o livro não me "agarra", se não me sinto preso à narrativa e aos personagens, pura e simplesmente abandono-o. Ainda mais assustador, são os livros que as pessoas dizem ter lido mas que mas que têm na estante apenas para dar impacto intelectual. Existe muita mentira e pedantismo no mundo dos livros.

Quase trinta anos depois continuo a encarar a leitura como um divertimento, sem procurar nela a revelação do sentido da vida. Amigos por obrigações profissionais e académicas são obrigadas a ler obras intragáveis. Tenho a sorte de não carregar tais fardos. Ler, ainda e sempre um prazer simples de um homem simples.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Livro - Tony Bellotto - No Buraco

Confissão: Apesar de caminhar para os 50 sou um rocker no coração. O rock é uma atitude perante a vida, um grito de revolta e libertação.
E há rockers de 50 anos como Tony Belloto, que aproveitam para em flashback descreverem com humor, espírito crítico e uma terrível lucidez, o percurso de  drogas, sexo e estrada.
É um livro simples, mas não simplista de um músico consagrado no Brasil sobre a face negra da vida de um músico de rock.
E é também um livro de um músico que brinca com a musicalidade das palavras.
Atente-se neste excerto:

"Pense no cu. Porque cu termina em u? Há um motivo. É a mesma coisa com as bucetas. O segredo está no u. U tem cheiro. U tem gosto. Até o nome oficial do cu, ânus tem lá o seu u. Que beleza de palavra: ânus. Sente a sonoridade?"

Um livro a ler por todos o que amam o rock. Os outros abstenham-se.