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domingo, 15 de janeiro de 2012
O País apagado
Moro na zona da rotunda da Boavista, no Porto. Hoje tive de sair para fazer compras, durante o futebol, tempo particularmente tranquilo em centros comerciais e afins. A rua de Júlio Dinis já foi artéria de forte comércio. Hoje é fantasma escurecido, mostra do que Portugal se está a transformar. Fechou a sapataria Charles, a Bertrand, a Singer dos electrodomésticos a prestações. Subsistem duas ou três boas sapatarias e lojas de roupa low-cost.
Mas, o que mais me impressionou, é a escuridão que se abateu sobre as montras. Todos nos lembramos do velho hábito de "ver montras" em que percorríamos as artérias das cidades, procurando pechinchas ou simplesmente passeando e vendo a moda da estação.
Hoje, provavelmente devido ao aumento do preço da electricidade, os já debilitados comerciantes optaram, na sua esmagadora maioria, por apagar a luz. O "window shopping" da minha juventude morreu com a desertificação do centro da cidade e o o aumento das tarifas para pagar a Catrogas, Cardonas e outros cadastrados. Resta um ar lúgubre, de um país, também ele, prestes a ser apagado.
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domingo, 13 de novembro de 2011
Varredores
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Varredores de Rua, Carlos da Silva Prado, Museu de Arte de São Paulo |
Caminham pela alameda, cada um no seu passeio. Como carris de comboio, paralelos sem nunca se encontrarem. Trazem uma vassoura rude mas resistente, e um carro cilíndrico. Num dos carros, um velho rádio pendurado, emite uma música fanhosa. Varrem com firmeza os milhares de folhas que as velhas árvores deixam tombar. Acumulam pequenos montes, posteriormente esmagados e compactados no carrinho. Sentam-se na beira do passeio para comer uma bucha. Passados minutos reiniciam o processo. Varrer, amontoar, compactar. Centenas, milhares de folhas, todas as noites. Nunca olham para trás, ignorando ostensivamente a natureza, que escarnece do seu trabalho e lentamente recomeça a cobrir com um novo manto, o chão à minutos imaculado.
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quarta-feira, 17 de agosto de 2011
estranha forma de vida
Na zona onde habito e trabalho, a Boavista, na cidade do Porto, os sem-abrigo têm crescido a olhos vistos. De uma meia-dúzia a coisa generalizou-se e está a tomar proporções alarmantes. Distribuem-se pelos jardins, portas de estabelecimentos comerciais, nichos entre prédios. Não sou dado à caridadezinha nem gosto de dizer aos outros como devem viver. Cada uma destas pessoas encerra a sua história. Uns serão sem-abrigo por opção (sim, a opção existe e há quem opte por esta "estranha forma de vida"), outros sê-lo-ão por força das circunstâncias. Há quem já tenha montado residência semi-permanente, como a foto acima ilustra. Foi tirada junto ao terminal de autocarros do Bom Sucesso. Impossível ignorar o aumento exponencial de pessoas sem um local digno para dormir. Enquanto não se criam condições para saírem deste ciclo através de apoio, formação e integração, urge fazer alguma coisa. A CMP tem a obrigação de criar uma moderna alternativa aos antigos albergues para minimizar este problema. E sempre é melhor dar comida, abrigo e higiene a quem os solicitar do que ver carrinhos de corrida às voltas na Avenida.
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domingo, 31 de julho de 2011
Más tripas ou maus fígados?
Do alto dos meus 48 anos de portuense, posso assegurar que nunca esta cidade teve um Presidente da Câmara tão medíocre. As qualidades que os meus concidadãos lhe reconhecem são para mim um mistério. Sempre o vi como uma figura provinciana, poupadinho, sem obra ou visão de futuro para a cidade. Com uma mentalidade tacanha, privilegiando os seus ódios sobre os interesses do colectivo, é um personagem tão desprezível que quase nunca me apetece escrever sobre este Salazar de pacotilha. Lembro o episódio pífio do fogo de artifício que não rebentou, o virar de costas ao maior clube da cidade, passando pela completa ignorância dos movimentos culturais e artísticos que se geraram na cidade sempre à sua revelia. Agora mostra uma vez mais a menoridade da sua dimensão com o triste episódio das tripas. Incapaz de se articular com quem não segue cegamente a sua cartilha, este homúnculo, dá o dito por não dito e não apoia as tripas como candidato às 7 maravilhas gastronómicas de Portugal. Episódio insignificante e um concurso um bocado ridículo, é certo. Mas como autarca da segunda cidade do país cumprir-lhe-ia apoiar o nosso prato mais antigo e tradicional. Mesmo a contragosto, que há muitos tripeiros que não gostam de tripas. Mas, uma vez mais provando a sua menoridade e incapacidade de estabelecer pontes ou consensos, gasta dinheiros públicos para verberar contra o seu rival Menezes. Como cidadão que paga os seus impostos municipais custa-me sobremaneira que o meu dinheiro seja gasto para alimentar egos desproporcionalmente inflados ou rivalidades provincianas.
Publicado no aventar na rubrica "aventar - Faça-o você mesmo". Os meus profundos agradecimentos aos aventadores. É uma honra imerecida.
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quarta-feira, 6 de julho de 2011
das qualidades do metro ...
Por circunstâncias especiais, sou obrigado a andar de carro todos os dias. Tudo se passa num pequeno circuito que, fechado, não terá mais de 4 kms. Quando trabalhava na baixa e não era obrigado a transportar todos os dias a minha filha para o infantário, fazia-o de metro.
Hoje, por necessidades profissionais, repeti o percurso feito inúmeras vezes. A comodidade e rapidez deste transporte público é melhor do que há três anos atrás. Temos carruagens com uma ar condicionado decente, uma regularidade mais do que aceitável e até pequenos televisores para aligeirar o percurso. Fiquei fascinado por na estação da Avenida de França disponibilizarem painéis de horários idênticos aos de aeroportos ou grandes estações ferroviárias.
Dito isto, só lamento não ser possível utilizar mais este magnífico e moderno meio de transporte que nos foi posto à disposição. Andar de carro no centro do Porto é irracional. Só para não expor uma criança de 6 anos a uma caminhada de 15 minutos sob as condições dos elementos o faço. O lado de pai-galinha a vir ao de cima.
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sábado, 28 de maio de 2011
Porto em festa
Este fim-de-semana a minha cidade está em festa. Em Serralves, 40 horas nonstop de música, dança, teatro e circo. Quem for à baixa tem a Feira do Livro do Porto. Como alimentar o espírito não basta, na Alfândega está o Porto.come com chefes famosos onde por preços mais do que razoáveis se poderá saborear arte comestível. Além disso hoje é o último dia do Restaurante Week do Porto e por 20 € pode-se frequentar alguns dos mais requintados "comedouros" da cidade.
Proponho um final de noite pelos bares da baixa do Porto. A Tendinha é o meu favorito. A minha cidade é única. Este fim-de-semana alia cultura, gastronomia e diversão em doses alucinantes. É aproveitar senhores, que a crise está já ali ao virar da esquina. Mais informação aqui.
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sábado, 21 de maio de 2011
Mercado do Bom Sucesso
Todos os dias passo pelo mercado do Bom Sucesso. Porque penso que deve ser reabilitado e servir os habitantes da cidade, apoio este manifesto.
Há no entanto que fazer algo mais do que preservá-lo como simples mercado. Deixo isso aos especialistas. Mas posso sempre dizer que gostaria de o ver transformado num local misto, com alimento para o corpo e para o espírito. Porque não manter o mercado e criar galeria(s), uma pequena livraria, um pequeno espaço de restauração tradicional?
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