quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tristemente inconsequente


As causas fracturantes do BE já se tornaram um ex-libris deste partido.O Bloco tem momentos  pequeno-burgueses confrangedores. Numa situação de emergência social, com milhares no desemprego e outros tantos na fila para esse flagelo, num momento em que importaria defender os interesses dos trabalhadores e provar a capacidade de mobilização de uma multidão de insatisfeitos com este modelo social e económico, o BE, incapaz de levar o povo às ruas, transporta para o parlamento as célebres "causas fracturantes". Com uma maioria de direita e embora tratando-se de matéria de consciência, logo sujeita ao livre-arbítrio, regressamos ao quixotismo puro e duro, sem sustentação social ou maioria política que permitam levar estas propostas avante.

Respeito os direitos das minorias. Nada me move contra a adopção por casais homossexuais. Compreendo e aceito como boas muitas das razões que os sábios convocados irão dar para a eutanásia. Mas é esta a temática que preocupa o povo português?  Quem no dia a dia se debate para pagar água, luz, alimentação? Por muita consideração que me mereçam as minorias, há uma imensa maioria com a mais prosaica das preocupações. Sobreviver. E é para esses que as atenções deviam estar voltadas.

O resto são questões periféricas e de costumes a ser debatidas em outros momentos. Já por aqui disse que o momento é de combate na rua. Pacífico, mas firme e inequívoco. Com estar iniciativas o BE parece uma espécie de emplastro da política portuguesa, colocando-se aos saltinhos atrás das câmaras de TV para uma efémera notoriedade. Notoriedade essa tristemente inconsequente.

2 comentários:

Fenix disse...

Fernando,

Não posso estar mais de acordo!

Com esta falta de sentido de oportunidade, só conseguem tornar estes assuntos (ainda mais) indesejáveis para as massas, por extemporâneos.

Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Ana,

As franjas da sociedade (crianças e velhos) são os mais desprotegidos. Desempregados de longa duração, idem. Só que estes não têm voz nem lobbys a defendê-los.

Nada contra as medias propostas pelo BE, mas o timming é como bem disse extemporâneo.

Vamos protestar e preocupar-mo-nos com as necessidades básicas da população. O resto é tudo menos primordial no momento que atravessamos.

Abraço,
Fernando

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