quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A revolução somos nós!


Muito se tem escrito nestes últimos tempo sobre a alteração de paradigma económico do mundo em que vivemos. Um capitalismo que mata de inanição os seus trabalhadores não tem futuro. Ou se regenera, redistribui e readapta ou morre. Muitos ainda não compreenderam que esta alteração se deve à tecnologia. Esta existe para servir o homem e não para torná-lo seu escravo. Qualquer observador minimamente atento saberá que a primavera árabe começou no facebook e através de vídeos e SMS. Quando atingimos um grau tão elevado de desenvolvimento, deveríamos trabalhar menos e receber melhor salário. Isto apenas não acontece porque as grandes empresas e a tecnologia estão a servir a ganância de uns poucos e não o bem estar comum.

Estranhamente, ou talvez não, os partidos, fechados nos seus universos de fidelidades, compadrios, lutas intestinas pelo poder e vendettas pessoais não compreenderam que a partir do momento em que a possibilidade de comunicar, filmar, fotografar e partilhar esses conteúdos com o mundo, está no nosso bolso, a possibilidade de criar um novo paradigma está também nas nossas mãos. Os partidos são parte do problema e não parte da solução.

Para um libertário isso gera uma imensa alegria. Por muito que tentem parecer modernaços, os partidos estão obrigados ao confronto entre si, como modo de justificarem a sua existência, a aparente criação de opções que, de facto, o não são. Sabem bem que no fundo são os representantes de um modelo esgotado em que uma imensa maioria não se revê. Tentam acompanhar os tempos, aderindo entusiasticamente a manifestações como o "Occupy Wall Street", "We are the 99%" ou o 15 de outubro. E, no entanto, é chegado o tempo em que a decisão individual cria o colectivo. Sem congressos, comité central, jornalistas subservientes e media controlados. O futuro será o que esse colectivo anónimo, a que alguns ainda gostam de chamar povo, decidir.

5 comentários:

O abominável careca disse...

Boas noites,

Se a resolução dos nossos problemas passa-se por manifestações, os fundamentalistas árabes não faziam outra coisa...
Honestamente a solução não passa por aí e não me quero alongar mais...
Um abraço!

Fernando Lopes disse...

Abominável,

As manifestações são apenas expressões de descontentamento e nada mais. O que irá surgir a seguir não faço ideia, mas creio que não será o sistema partidário tradicional.

Abraço,
Fernando

HORIZONTE XXI disse...

O novo comunismo ou...comunitarismo?

O abominável careca disse...

Caro Horizonte XXI

Novo comunismo só se for para si porque para mim simplesmente prescindo assim como a reedição de algo que se relacione com uma nova roupagem de novas ditaduras com um ou vários "homens do leme"!
Na minha modesta opinião o que as pessoas anseiam é pela verdadeira democracia representativa, ou seja, cada eleitor saber um quem votou para à posteriori chamar à tábua os seus representantes por políticas, má condura, etc...
O actual sistema está caduco, gasto e obsoleto, se eventualmente se der ao trabalho de fazer uma sondagem de rua vai certificar-se de quantas pessoas se revêem no actual sistema político!
E como muito mais havia a dizer mas a paciência e o tempo urgem, despeço-me com os votos de que em tempo útil se defina em relação aquilo que aspira para um futuro que não está assim tão longe!

Fernando Lopes disse...

Horizonte,

Devo confessar que estou muito pouco familiarizado com o conceito de comunitarismo. No entanto, no horizonte ideológico onde me movo [Goodwin, Stirner e até Galeano] me é mais "simpático" o conceito de comunitarismo.
Mas é inútil estar a mandar biataites sobre algo que não domino.

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