terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vítor, Álvaro & Cª Lda.

Imagem: wehavekaosinthegarden.blogspot.com

Académicos brilhantes, como num passe de mágica, transformam-se em políticos merdosos. À política o que é da política aos técnicos o que é dos técnicos. Goste-se ou não o mundo académico é uma espécie de torre de marfim onde mentes brilhantes cogitam princípios e soluções nem sempre exequíveis. A transição da Universidade para a vida real dá quase sempre mau resultado. Apesar estes dois ministros estarem obrigados a cumprir um programa imposto, politicamente a sua performance tem sido abaixo de sofrível. À Marcelo daria nota negativa a ambos. Vítor Gaspar mostra-se desconfortável na pele de Ministro, sem ideias ou alternativas para além do acordo com a troika. Nem uma medida para o crescimento, nem um passo politicamente arriscado. As suas conferências de imprensa são aulas com recurso a "documentos de suporte". Nem um rasgo, um brilho, uma ideia inovadora ou pelo menos original. O único momento em que o vi confortável foi na Universidade de Verão do PSD. Aí estava no seu habitat a dar aulas a aprendizes de deputados.

Álvaro Santos Pereira deveria ser o "lampadinha" da nossa economia, com intenção de inovação, detecção de nichos de competitividade, aposta em I&D, criação de um ambiente em que passada a tormenta teríamos desenhado um futuro para a nossa economia. Baseado na indústria, nos serviços, no turismo, nas pescas, no que fosse. Nada. Niente. Nicles. Neribi. A proposta mais visível foi a de transformar Portugal num lar de terceira idade para nórdicos, a Flórida da Europa. No TGV o governo desdisse-se como todos esperávamos e agora vamos ter uma espécie de Alfa em via única, que nunca será economicamente viável porque carece do número mínimo de composições em circulação simultânea para ser rentável. Como ouvi ontem, um TGV com rotundas.

Anseio pelo dia em que estes dois cromos deixem de destruir o pouco que nos resta e sigam para as suas aulinhas ...

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