terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pedro Mota Soares, o arrumador

A primeira vez que vi arrumadores a espécie era inexistente em Portugal. Foi há 18 anos no Rio de Janeiro. Chamavam-lhe os flanelinhas porque agitavam um pano para chamar a atenção para o local vago. Meia-dúzia de anos depois começaram a aparecer em Portugal. Eram em geral toxicodepentes ou alcoólicos que só estavam no trabalho até reunirem as moedas suficientes para a próxima dose. A coisa evoluiu e hoje já há chefes que recolhem a massa e pagam na dose. Com muita ou pouca cal a cortar ninguém sabe. Rui Rio tinha-lhes um ódio muito especial, mas como ninguém [a não ser os lisboetas e por razões que não cabem aqui] lhe dá grande atenção os "técnicos auxiliares de aparcamento urbano" lá continuaram, mesmo debaixo do seu nariz e da sua porta.

Mas a carreira de arrumador é agora distinta e ministeriável. Pedro Mota Soares, o homem da mota, que está habituado a aparcar em pouco espaço, pretende a fazer o mesmo com as nossas crianças e velhos. Estamos em crise, amontoem-se, diz o bom do Pedro. Fá-lo com quem não se pode defender ou protestar, os mais frágeis entre os frágeis. Fico perplexo por saber que os arrumadores já têm um representante nas mais altas estâncias da nação.

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