quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

flop

Confesso que não sou um admirador do Carnaval. Nunca me fantasiei, nem quando isso me distinguia negativamente dos outros meninos. Conheço pessoas que vibram, adoram transfigurar-se. Uma das maiores admiradoras desta festividade só não participa por impossibilidade física. Já ultrapassou os 92 e continua a ser uma das suas festas favoritas, recordada com imensa saudade e um brilho nos olhos.

O abrasileiramento da celebração também contribuiu para o meu afastamento. Ver moças roliças a imitarem o clima e a sexualidade tropical é deprimente. Existe no entanto, a inegável vantagem de as temperaturas gélidas entumecerem seios flácidos e adelgaçarem coxas agricolamente robustas. A dispensa está prevista em quase todos os acordos colectivos de trabalho, pelo que serão os pobres dos funcionários públicos, uma vez mais, os principais sofredores com as crises autoritárias e uma moral calvinista que parece ter entrado por Coelho acima como supositório de Ben-U-ron em rabo de criancinha.

As autarquias maribam-se para a decisão do governo, tomada 21 dias antes, à saída de uma reunião, divulgada perante as câmaras de TV e ignorando o investimento financeiro e afectivo que muitas populações fazem nesta data. Além de Coelho, Álvaro e alguns flagelados da função pública, ninguém trabalhará na próxima 3ª feira de Carnaval. No meio desta "estória", uma vantagem. Todos adivinhamos que, mesmo no gabinete, a produzir despacho atrás de despacho, Coelho vai estar fantasiado de palhaço.

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