domingo, 29 de janeiro de 2012

Mi Casa Es Tu Casa


Um evento com algo de subversivo, intimista e comunitário. A fórmula é genialmente simples. Músicos fazem da sua casa um espaço performativo, e você qual proprietário de um Coliseu por um dia, assiste na sala de estar, fruindo e permitindo a entrada de amigos, vizinhos, desconhecidos. Uma imagem da cidade de portas e coração aberto que é Guimarães. Com aquele jeito melancólico e gaiato, de peito feito para a vida. Um acontecimento só possível porque é a imagem das suas gentes. Onde os homens são meninos, rufando tambores no Pinheiro, as mulheres donzelas à varanda nas maçãzinhas. Um misto de tradição e modernidade, uma feliz conjugação de passado e futuro, só possível graças ao Ricardo e Dalila, que abriram a porta a todos. Mais de 80 em 45m2. Porque são o espelho da cidade, com uma generosidade tão grande que cabe sempre mais um.

6 comentários:

Fenix disse...

Tradições de aqui tão perto que eu desconhecia por completo.

Quanto à forma inovadora do concerto, aplausos! Há que quebrar as estúpidas barreiras. Afinal, somos um povo tão encantador e acolhedor para os estrangeiros e para os nossos vizinhos somos muito "bichos do buraco"...

Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Ana,

O Pinheiro, onde tocam os tambores e os bombos é das festas mais divertidas que conheço. Era reservado a homens, hoje está aberto a todos os estudantes e ex-estudantes, em homenagem a S.Nicolau. Imagine 10.000 pessoas a tocar bombo a toda a força avenida abaixo. Ensurdecedor, é certo, mas limpa a alma.

Para quem tiver curiosidade deixo o link:
http://www.cm-guimaraes.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=492

Se puder vá a Guimarães na noite de 29 de Novembro. Vale mesmo a pena ...

Abraço,
Fernando

P.S.- O Fernando Alvim anda a dizer que foi ele que inventou o conceito "Mi casa es tu casa". Ou é mentiroso ou distraído pois tal já se tinha feito em Guimarães há uns meses atrás.

Ricardo disse...

Sendo certo que "mi Casa es tu Casa" sempre. Com ou sem música...

Fernando Lopes disse...

Sei bem que sim. Mas não posso deixar de admirar a vossa generosidade, que para uma lotação de 15 permitiu mais de 80 (eu contei), sempre com a porta aberta e um sorriso de cabe mais um!! :)

Anónimo disse...

Fernando,

O Alvim não é necessariamente mentiroso. O Guimarães Gnoc-noc que referes tem um conceito parecido mas não é igual. O Guimarães Gnoc-noc consistia em exposição de artes plásticas (principalmente) nas casas das pessoas.

Cumprimentos

Fernando Lopes disse...

O Alvim, como figura pública, foi eventualmente necessário para contactar bandas e músicos e para dar visibilidade ao projecto. O que passou na imprensa é que foi uma ideia genial que ele teve. Isso, como sabes, não é totalmente verdade. Se ele dissesse "desenvolvi e adaptei o conceito" em vez de "criei" seria intelectualmente muito mais honesto. Teve o seu papel, eventualmente fundamental para o projecto andar para a frente, mas não foi "o criador do conceito". E eu sei isto sem ser de Guimarães.

Abraço,

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