terça-feira, 8 de novembro de 2011

Wella

O restaurante onde almoço ao sábado é de uma espécie única. Um cruzamento entre cervejaria, hamburgeria e restaurante tradicional. A clientela não podia ser, tal como o restaurante, mais heterogénea. O pai e a filha, famílias inteiras, idosos e malta universitária, trabalhadores, um autêntico observatório. Gosto de ambientes assim, onde a espécie humana se revela variada. A rapariga bonita falava calmamente com uma amiga. Alta, magra, perna comprida, rabo pequeno e firme, rosto com excesso de maquilhagem. A denunciar a profissão de cabeleireira, uma t-shirt Wella Professionals. Falava baixo. De repente, tirou um maço de cigarros e começou a batê-lo como se estivesse a exorcizar algum demónio. Pás, pás, um ruído incomodativo e desnecessário, uma vez que a Tabaqueira é conhecida por compactar apropriadamente o tabaco. Perante uma qualquer observação, solta um sonoro fuáda-se. Ele há lá melhor maneira de desfazer um relativo encanto do que ouvir uma donzela soltar um fuáda-se!

7 comentários:

Fernando Lopes disse...

Conesso que tenho um preconceito com as cabeleireiras. Provavelmente injustificado. Mas olha que não há maior off do que a rudeza do trato e o fuáda-se. Ou como uma capa bonita esconde muita m..da! ;)

MManel disse...

Ai se andasses pelos têxteis ...

Além do f...-se existe um adjectivo universal - f.dido.

É tipo banha da cobra - serve para qualquer estado ou situação

Na verdade, também se aplica bem ao país ;-( - sabedoria popular?


Kss

Fernando Lopes disse...

Manel,

Conheces-me há 30 anos. Não sou de me chocar, muito menos com palavrões. Mas ver aquela pose toda terminar com aqueles modos (e não só o palavrão), ficou-me na memória.

Beijo,

Moriae disse...

Talvez sermos um pouco menos literais ... Porto é Porto. Dizem-se 'asneiras' muitas vezes sem maldade.
É claro que, para quem é sensível, a coisa fica diferente. Compreendo.
Mas que fossem esses os males todos (estou quase a converter-me numa normal portuguesa).

Boa noite!

Fernando Lopes disse...

Moriae,

Não sou sensível às asneiras. Digo-as com frequência. Mas podem ser libertadoras e divertidas, ou exprimir profunda falta de chá, como foi o caso. É mais ao menos como ter uma embalagem bonita e lá dentro ar e vento. Acontece com frequência.

Boa noite!

MManel disse...

(De novo)

Mas olha que apesar de tudo, eu ainda fico chocada!

Sou uma palerma...

-Tem é uma vantagem - quando eu digo uma asneira "gorda" (que nunca chega ao ca.ho e quase nunca ao f-se), já toda a gente sabe que está entrar em terreno pantanoso ;-)

Bisoux

Fernando Lopes disse...

Manel,

Estás à demasiado tempo a trabalhar fora do Porto. A coisa é tal que só em situações anómalas se me arrebita a orelha.

Kiss

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