A velha europa está literalmente a dar o último soluço e cheira-me que a mesma não durará mais do que cinco anos nos actuais moldes! Tudo é directamente proporcional, ou seja, temos que fazer contas aos totais de população activa para lhe subtrair a que irá ficar "inactiva"! Lá como cá só me lembro do lema das forças "Comando" que reza assim: "A sorte protege os audazes" e logo se verá...:( P.S.: Este ano ainda vai haver bacalhau com as ditas, para o próximo vamos ver se pelos as batatas ainda fazem parte da ementa...;) Um abraço deste céptico europeu!
Num país com 60 milhões de habitantes, se 50% da população for activa, dá 30 milhões. 300 mil são 1% de desempregados. É assustador. Lá como cá parece que a única solução é por pessoas na miséria. Viva o liberalismo!
As chamadas dívidas soberanas já têm vários séculos de existência, e Portugal já entrou, segundo consta, duas vezes em incumprimento. No princípio da sua existência, eram os monarcas que inchavam os despesas e os cofres não eram suficientes para a corte e os esfolados do costume, ou seja, o povo já não tinha mais como pagar impostos. Em seguida a burguesia fartou-se de ser o enche bolsos e lá vieram as revoluções contra a aristocracia, mas o vício continuou. Agora, conclui-se que já não é seguro apostar em dívidas dos Estados, quer sejam emitidos pelo governo central (Europa) ou governo local (EUA). Conclusão: toca a cortar no despesismo - aqui só podemos ansiar que cortem no que é de cortar, ou seja, que não estejamos a poupar na farinha para gastar no farelo, como é tradicional.
Pelo que conheço de várias realidades cá no n/ jardim, esta forma de estar é o prato do dia, quer no setor privado como no público.
Não nos iludamos: esta chachada de situação económica que vivemos e viveremos nos próximos tempos é o fruto de contínuas péssimas gestões, que em alguns casos até não encheram os bolsos de ninguém.
É incompetência, preguiça, e falta de visão pura. Infelizmente.
És a "conselheira económica" do purgatório. ;) A dívida pública não é em si má, pois permite investimento, infra-estruturas e de uma maneira geral melhoria de condição da vida dos povos. Não sei se estou errado, mas neste momento, cortar cegamente despesas e empregos parece-me a pior solução. No nosso caso parece-me que o sensato seria renegociar o ajustamento a 5 ou 10 anos, com juros baixos e procurando penalizar os cidadãos ao mínimo. Provavelmente além da incompetência, preguiça e falta de visão, também o objectivo de "deixar obra" nos penalizou, de Cavaco a Sócrates, criando despesa não produtiva. Aguardo opinião da conselheira.
Os Estados não conseguem cobrar impostos nem contribuições suficientes para as despesas, por isso colocam obrigações para os privados lhe emprestarem dinheiro - por ex. os famosos certificados de aforro.
As intervenções do FMI verificam-se quando o juro pedido pelos privados para emprestar é caótico (foi o que nos aconteceu) ou porque simplesmente ninguém quer emprestar - tipo alguns países de África e América Latina.
Sabemos que estas entradas implicam uma "redisciplinação" da economia, pois para se chegar ao ponto do FMI entrar - ou seja, empresta mais barato do que os ditos mercados - só significa que os investidores, institucionais ou não consideram perigoso "meter lá massa". A solução mais imediata é de facto cortar na despesa.
Mas os empréstimos do FMI são uma injeção pontual e os países continuam a depender dos investidores habituais - bancos, instituições gestoras de fundo de pensões, gestores de fortunas, etc., etc.
Cavaco e Sócrates - de facto a preocupação da obra feita
Na época do primeiro, o problema foi a saloiada - tipo "venha muito dinheirinho" para as empresas e agricultura porque os empresários são todos muito espertos e trabalhadores
- resultado: 1) jeeps, carros de alta cilindrada, casas com piscina - espertos
2) empresas sobre-dimensionadas embora com elevado grau de investimento - problemas de adaptação a quebras da procura e baixa produtividade em geral
Sócrates - a vaidade e teimosia de querer ser o Marquês de Pombal das auto-estradas e dos subsídios a quem nada faz, deu no deu, para além da proteção ao BPN, buraco nacional.
Até aqui tudo bem. Agora explica-me como se eu tivesse 5 anos, porque é que os "ajustamentos" não podem ser executados num prazo o mais dilatado possível e com juros mais baixos? Os credores ganham menos, mas probabilidade de default [como gosto desta palavra] baixa, consequentemente diminui o risco. Estou a tentar compreender a teimosia de PPC em não renegociar prazos e juros.
Nesta altura do campeonato, não é teimosia do PPC, mas impossibilidade de negociação. Incapacidade dele ou de outro que estivesse no lugar dele. E isto o Louçã sabe muito bem como economista e finaceiro, ainda que meramente académico, pelo que sabe perfeitamente que o discurso dele é completamente demagógico (já o Jerónimo é a história da cassete).
Porquê impossibilidade/ incapacidade/ demagogia?
O empréstimo do FMI não é uma questão política, mas um crédito como qualquer outro, só que é um empréstimo a um Estado de um país. Mas de resto, as regras são iguais:
1º quanto maior o prazo de um empréstimo, maior a taxa porque o reembolso demora mais tempo ao investidor (não deixa de o ser, por isso é que impõe normas) e o risco de imcumprimento é maior- compara por ex. as diferentes euribor - 1 mês - 1,200%, 3 meses - 1,460%, 12 meses - 2,024%
2º Qualquer credor ou locatório só aceita renegociar depois do devedor ter provas dadas - nesta fase que estamos a passar é a fase de provarmos que somos capazes de controlar a situação. Ou seja, nesta altura o governo tem que provar que consegue diminuir as despesas e que assim sendo tem mais capacidade de efetuar pagamentos. Um reajustar de necessidades como muitos dos cidadãos comuns já estão a fazer e outros começarão - acabar com o canal dos filmes, a net fibra e vai aumentando de tom, para poder fazer face aos compromissos
Repara que te esqueceste da componente política destes empréstimos. Não é uma "simples operação financeira". É simultaneamente a manutenção de um mercado importador [Portugal] aberto e activo e de um modelo economico-politico [democracia representativa e capitalismo]. Negligenciar esta componente política é o problema dos ecnomistas e financeiros. ;) Digo eu ...
12 comentários:
Boas Noites,
A velha europa está literalmente a dar o último soluço e cheira-me que a mesma não durará mais do que cinco anos nos actuais moldes!
Tudo é directamente proporcional, ou seja, temos que fazer contas aos totais de população activa para lhe subtrair a que irá ficar "inactiva"!
Lá como cá só me lembro do lema das forças "Comando" que reza assim: "A sorte protege os audazes" e logo se verá...:(
P.S.: Este ano ainda vai haver bacalhau com as ditas, para o próximo vamos ver se pelos as batatas ainda fazem parte da ementa...;)
Um abraço deste céptico europeu!
Abominável,
Num país com 60 milhões de habitantes, se 50% da população for activa, dá 30 milhões. 300 mil são 1% de desempregados. É assustador. Lá como cá parece que a única solução é por pessoas na miséria. Viva o liberalismo!
Abraço,
Fernando
Fui dar uma olhada ao site da CIA.
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/it.html
São 25 milhões de trabalhadores, o que significa que incrementamos o score para 1,2% de desempregados ...
Alô!
As chamadas dívidas soberanas já têm vários séculos de existência, e Portugal já entrou, segundo consta, duas vezes em incumprimento.
No princípio da sua existência, eram os monarcas que inchavam os despesas e os cofres não eram suficientes para a corte e os esfolados do costume, ou seja, o povo já não tinha mais como pagar impostos.
Em seguida a burguesia fartou-se de ser o enche bolsos e lá vieram as revoluções contra a aristocracia, mas o vício continuou.
Agora, conclui-se que já não é seguro apostar em dívidas dos Estados, quer sejam emitidos pelo governo central (Europa) ou governo local (EUA).
Conclusão: toca a cortar no despesismo - aqui só podemos ansiar que cortem no que é de cortar, ou seja, que não estejamos a poupar na farinha para gastar no farelo, como é tradicional.
Pelo que conheço de várias realidades cá no n/ jardim, esta forma de estar é o prato do dia, quer no setor privado como no público.
Não nos iludamos: esta chachada de situação económica que vivemos e viveremos nos próximos tempos é o fruto de contínuas péssimas gestões, que em alguns casos até não encheram os bolsos de ninguém.
É incompetência, preguiça, e falta de visão pura. Infelizmente.
Bj
É incompetência, preguiça, e falta de visão pura e simplesmente - corrijo -
Manel,
És a "conselheira económica" do purgatório. ;) A dívida pública não é em si má, pois permite investimento, infra-estruturas e de uma maneira geral melhoria de condição da vida dos povos. Não sei se estou errado, mas neste momento, cortar cegamente despesas e empregos parece-me a pior solução. No nosso caso parece-me que o sensato seria renegociar o ajustamento a 5 ou 10 anos, com juros baixos e procurando penalizar os cidadãos ao mínimo. Provavelmente além da incompetência, preguiça e falta de visão, também o objectivo de "deixar obra" nos penalizou, de Cavaco a Sócrates, criando despesa não produtiva. Aguardo opinião da conselheira.
Beijo,
Zé
Alô!
(Resposta em 2 partes)
Os Estados não conseguem cobrar impostos nem contribuições suficientes para as despesas, por isso colocam obrigações para os privados lhe emprestarem dinheiro - por ex. os famosos certificados de aforro.
As intervenções do FMI verificam-se quando o juro pedido pelos privados para emprestar é caótico (foi o que nos aconteceu) ou porque simplesmente ninguém quer emprestar - tipo alguns países de África e América Latina.
Sabemos que estas entradas implicam uma "redisciplinação" da economia, pois para se chegar ao ponto do FMI entrar - ou seja, empresta mais barato do que os ditos mercados - só significa que os investidores, institucionais ou não consideram perigoso "meter lá massa". A solução mais imediata é de facto cortar na despesa.
Mas os empréstimos do FMI são uma injeção pontual e os países continuam a depender dos investidores habituais - bancos, instituições gestoras de fundo de
pensões, gestores de fortunas, etc., etc.
Cavaco e Sócrates - de facto a preocupação da obra feita
Na época do primeiro, o problema foi a saloiada - tipo "venha muito dinheirinho" para as empresas e agricultura porque os empresários são todos muito espertos e trabalhadores
- resultado:
1) jeeps, carros de alta cilindrada, casas com piscina - espertos
2) empresas sobre-dimensionadas embora com elevado grau de investimento - problemas de adaptação a quebras da procura e baixa produtividade em geral
Sócrates - a vaidade e teimosia de querer ser o Marquês de Pombal das auto-estradas e dos subsídios a quem nada faz, deu no deu, para além da proteção ao BPN, buraco nacional.
Ou seja, "gastarei" até que a voz me doa...
Bisoux
Até aqui tudo bem. Agora explica-me como se eu tivesse 5 anos, porque é que os "ajustamentos" não podem ser executados num prazo o mais dilatado possível e com juros mais baixos? Os credores ganham menos, mas probabilidade de default [como gosto desta palavra] baixa, consequentemente diminui o risco. Estou a tentar compreender a teimosia de PPC em não renegociar prazos e juros.
Beijo,
Zé
Mais tarde voltarei...
Bsx
Olá, cá estou :-)
Nesta altura do campeonato, não é teimosia do PPC, mas impossibilidade de negociação. Incapacidade dele ou de outro que estivesse no lugar dele.
E isto o Louçã sabe muito bem como economista e finaceiro, ainda que meramente académico, pelo que sabe perfeitamente que o discurso dele é completamente demagógico (já o Jerónimo é a história da cassete).
Porquê impossibilidade/ incapacidade/ demagogia?
O empréstimo do FMI não é uma questão política, mas um crédito como qualquer outro, só que é um empréstimo a um Estado de um país. Mas de resto, as regras são iguais:
1º quanto maior o prazo de um empréstimo, maior a taxa porque o reembolso demora mais tempo ao investidor (não deixa de o ser, por isso é que impõe normas) e o risco de imcumprimento é maior- compara por ex. as diferentes euribor - 1 mês - 1,200%, 3 meses - 1,460%, 12 meses - 2,024%
2º Qualquer credor ou locatório só aceita renegociar depois do devedor ter provas dadas - nesta fase que estamos a passar é a fase de provarmos que somos capazes de controlar a situação. Ou seja, nesta altura o governo tem que provar que consegue diminuir as despesas e que assim sendo tem mais capacidade de efetuar pagamentos. Um reajustar de necessidades como muitos dos cidadãos comuns já estão a fazer e outros começarão - acabar com o canal dos filmes, a net fibra e vai aumentando de tom, para poder fazer face aos compromissos
Mas é a realidade do momento...
Bjs
Imcumprimento? Credo - incumprimento, claro
Já estou como o outro (F.N.)- deêm-me um tiro na cabeça ...
Ou pronto, uma bolada :-)
Bsx
Manel,
Repara que te esqueceste da componente política destes empréstimos. Não é uma "simples operação financeira". É simultaneamente a manutenção de um mercado importador [Portugal] aberto e activo e de um modelo economico-politico [democracia representativa e capitalismo]. Negligenciar esta componente política é o problema dos ecnomistas e financeiros. ;)
Digo eu ...
Beijo,
Zé
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