segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Transumância cavaquista


Sobre a privatização do BPN a opção parece-me clara. É uma vez mais um crime sem culpados. Oliveira e Costa, Dias Loureiro e resto do gang sobreviverão a este aperto incólumes. É a transumância cavaquista em todo o seu esplendor.  O BPN é vendido a preço de saldo, com o estado a suportar a despesa com as indemnizações do pessoal dispensado.

"O Estado e o BIC vão agora ultimar os pormenores do negócio, tendo já ficado acordado que caso este banco venha a conseguir um lucro acumulado superior a 60 milhões de euros nos próximos cinco anos, "será pago ao vendedor uma percentagem de 20% sobre o respectivo excedente, a título de acréscimo de preço" - ou seja, se o banco conseguir acumular 65 milhões de lucro nos próximos cinco anos, o Estado receberá mais um milhão de euros."

Digam lá que em Portugal não se fazem negócios da China? Basta ter os amigos certos nos locais certos. Lamentavelmente este é apenas o primeiro episódio de uma série de privatizações que ficarão na história como tendo vendido activos valiosos a preços escandalosamente baixos. É o mercado, dizem ...

4 comentários:

O abominável careca disse...

Caro Zé,
Honestamente já nem sei que raio comente, se a desfaçatez deste (des)governo em cumprir aquilo que a tão venerável Troika impôs, se a oportunidade para um negócio ímpar por parte dos responsáveis angolanos a mando das personsgens já conhecidas.
No meio deste processo ocorrem duas pequenitas dúvidas que gostava de ver esclarecidas por quem esteja mais dentro deste imbróglio:
1-O PS (enterrou) perto de 2.000.000 de euros no BPN para desse modo salvar o investimento feito pelo próprio PS com dinheiros públicos provenientes da Seg.Social.
1.1-Quem vai ficar responsável pela eventual amortização deste passivo? Ou o mesmo desaparece com a compra pelo BIC?!
2-No que toca as audições e detenções aos "Gurus" da instituição falida, em que pé é que vai ficar o processo?!
Este PSD como é do conhecimento geral tem uma ala com quota pró-angola com um enorme pesso o que não invalida que se façam contas (Nem que seja à pressa e com papel de merceeiro e num lápis já gasto...)para aos olhos de terceiros não sermos apelidados de lorpas ou ainda mais grave de colaboracionistas com regimes duvidosos!
Como o texto já vai longo, despeço-me com uma célebre citação "Não sei qual o caminho, mas sei que não é por aqui!!!!"
Abreijos

Fernando Lopes disse...

Abominável,

As tuas dúvidas são as minhas. O banco que nos custou (e irá custar) os olhos da cara, passa de cavaquista para cavaquista, com o "Miga Amagal" a fazer de testa-de-ferro doa angolanos.
O governo parece ter cedido à pressão vendedora e ao amiguismo.
Mudam-se os tempos mas a carneirada (ou será a "centralada") permanece.

Abraço,

Fenix disse...

Fernando,

Já conheci muita boa gente que teve o azar de ver falir os seus negócios apesar do seu trabalho honesto, e perante isto, sinto nojo dos governantes e da justiça deste país.

Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Ana,

Não basta o nojo, é preciso a nossa indignação. E somos muitos que estamos a ficar indignados. Falta a espiral de despedimentos e crise que aí vem. Tenho esperança que faça despoletar movimentos cívicos. Haja vontade.

Abraço,
Fernando

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