quarta-feira, 22 de junho de 2011

"Audácia, mais audácia, sempre mais audácia"


Durante a revolução francesa George Danton disse "Audácia, mais audácia, sempre mais audácia". Como sabem a meia-dúzia de amigos que acompanham o purgatório, tenho um certo desprezo por personagens consensuais, daqueles que agradam a todos da esquerda à direita. E escrevo sobre um homem dos que inventaram a esquerda, um jacobino, que se sentava à esquerda na Assembleia Nacional, ao tempo da revolução francesa. Desde "pioneiro revolucionário" e "grande patriota" a "corrupto e violento", foi visto como um gigante revolucionário ou como sanguinário e interessado unicamente no poder. Prefiro os homens assim, controversos até na sua morte. Foi guilhotinado e terá dito "a minha única tristeza é que vou antes de Robespierre". Voltou a Paris para combater o reino do terror implantado pelos jacobinos, a limpeza decidida por Robespierre e imposta pelo governo revolucionário de então. Porque é que me lembrei disto? Por causa de certas purgas, disse e não disse, e do que actualmente se passa no BE. Impossível não estabelecer um paralelismo histórico. Quem é quem nesta história cumpre-vos decidir ...

5 comentários:

Fenix disse...

Fernando,

Na minha opinião procurar e obter consensos é uma arte muito nobre, pois é sinal de que se procuram estabelecer pontes entre os pontos de vista comuns (e haverá sempre alguns), em vez de rupturas nas diferenças! E penso que para a humanidade viver em harmonia terá que ir por aí.

Quanto ao BE, lamento que o diz- que-disse, resulte em rupturas, sem que tenha havido uma clarificação. E só demonstra que quem não consegue ultrapassar e resolver equívocos de somenos importância não tem capacidade para cargos políticos.

Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Ana,

Na minha humilde opinião, os consensos só são bons se forem produtivos e verdadeiros e não a ditadura da maioria. Daí o meu interesse pelo anarco-individualismo.
Votei duas vezes no BE e das duas vezes me arrependi. É uma salgalhada política, que nasceu da necessidade de representação parlamentar da "extrema" esquerda. Mas como todos os partidos de esquerda tradicional é demasiado centralizado, e hierarquizado. Nada que tenha a ver comigo. Não ando às ordens de ninguém, nem de nehum comité central, e ser acrítico, ou apoiante de um partido é também ser um bocado acéfalo.

De facto o BE tinha chegado a um tipo de situação em que tinha de se assumir como alternativa de poder, ou pelo menos de cooperação com o poder. Decidiu apostar na rebeldia serôdia do não falamos e isso provou que só serve como partido de protesto.

Já tive uma pequena conversa com o jovem do "país do burro" e embora bom rapaz, tenho dificuldades em me rever nas fidelidades que um partido implica.

Mas isto sou eu que sou meio maluco. Nada de consensos, nada de fidelidades, liberdade individual e livre arbítrio. Primado do indivíduo, sempre!!!

Abraço,
Fernando

Fenix disse...

Em tempo: :)


Bem, pelos vistos as diferenças entre eles já vinham de há muito, e como quase sempre nestas situações não se aceitam críticas e opiniões divergentes. Enfim, nada que nos surpreenda.

Continuação de boas férias!

Beijo
Ana

Fenix disse...

Fernando

Quando fiz o 2º comentário não tinha lido o seu. Concordo consigo quanto à disciplina partidária, também gosto de pensar pela minha própria cabeça e agir em conformidade.

Fernando Lopes disse...

Ana,

Como vê, no fundo, são bastante mais as coisas em que concordamos do que as que discordamos. Militância obriga a um dever de fidelidade que não estou disposto a aceitar. E mudar as coisas "por dentro" é sempre muito mais difícil do que parece. E as oligarquias serão sempre oligarquias ...


Abraço,
Fernando

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