quarta-feira, 4 de maio de 2011
Ainda há finais felizes
Estava a tomar o pequeno-almoço e não resisti a observá-los. Teriam cerca de setenta anos e um ar feliz. Ele, cavalheiro, puxou-lhe a cadeira. Conversavam baixinho, como namorados fazendo promessas de amor eterno. Trapalhão, enfiou a ponta do nariz no pastel de nata. Ela, condescendente e maternal pegou num guardanapo e com um sorriso, limpou-o. Após o café, as mãos tocaram-se sobre a mesa. Sorriram, falaram sei lá de quê. Levantaram-se e saíram de mão dada. Com os dedos entrelaçados. Afinal, ainda há histórias de amor com finais felizes.
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9 comentários:
Ao ler este teu apontamento, "tocaram" duas campainhas:
1ª - Além do amor, da paixão e dos sentimentos decorrentes, nada como a amizade entre o casal para sustentar os "trancos" da vida, assim como a capacidade de nos rirmos de nós próprios e admitirmos que o outro se ria de nós (muito difícil:-)
2º Um dia à tarde, na confeitaria Jardim na Arca de Água, (fechada há anos por conflito dos herdeiros), estava um casal dessa faixa etária, muito embevecido e mergulhado numa delicadeza admirável,na mesa ao lado em que onde estavámos sentados os meus amigos e eu.
De repente, entra um homem cerca de 24/ 25 anos, de máquina fotográfica na mão e que regista o referido lanche, (não deve ter dado certo porque não tinha flash:-) e diz em seguida:
"Avô! Parece impossível - a avó em casa e tu aqui no café com essa maluca. Mas isto não fica assim" (ou algo idêntico) e sai pela porta fora.
Por isso, às vezes as aparências iludem :-)
(Que má que eu sou!...)
Bj
Manel,
Todos sabemos que as iludências aparudem.
Prefiro acreditar que era só um velho casal de apaixonados.
Tão cínicazinha a minha amiga Maria Manuel! ;-)
Abreijo,
Fernando akaZé
Os outros também estvam apaixonados...
Bj
Fernando,
Quer seja amor, amizade, companheirismo, medo da solidão...o que interessa mesmo é que sejam felizes!
A minha concepção do Amor vai mais além: o de Libertar!
Abraço
Ana
Caro Zé,
As manifestações afectivas nos seres em geral e em particular na geração sénior são sempre bonitas de ver, no entanto às vezes podemos estar iludidos como referiu a Mané!
Como eu acredito que essas situações serão pontuais e não a norma, devemos apreciar à distância e sem ter uma postura depreciativa!
E como o acto sexual nestas idades tem a importância que tem, sobram os afectos que nestas idades são o verdadeiro elixir para uma vida saudável e alegre!
E resumindo: E biba o "AMOR"...:)
Ana,
P.F. se quiser, desenvolva o conceito de libertar pelo amor. Confesso-me interessado, mas um bocado perdido. Quando quiser, ajude-me.
Abraço,
Fernando
Abominável,
Eram tão ternurentos. Deixem-me sonhar!!
Abraço,
Fernando
Fernando,
O sentimento de posse, normalmente, é o que mantém muitas relações.
Quando se ama deve-se estar preparado para libertar, com dor mas sem ressentimento...
Não é uma receita para todos, porque não somos todos iguais.
Mas sou muito céptica quanto às uniões de 20, 30, 40 anos. Quer queiramos quer não, também elas têm prazo de validade.
Abraço
Ana
Ana,
Não sou possessivo. Acho que fui na adolescência, por insegurança.
Eventualmente pode ter de se libertar quem se ama, mas gostava de acreditar que essa é a excepção e não a regra.
No fundo, debaixo desta carapaça rude, está um romântico! ;)
Abraço,
Fernando
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