sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

procrastinei

Na vida profissional tudo se passou com se um desígnio superior conduzisse o meu caminho. Nunca respondi a um anúncio de emprego. Saltei de um para outro por convite. Esta corrente tem-me levado a bom porto. Não me furto ao trabalho e aceito com humildade e de manga arregaçada os desafios que me são impostos. Ninguém de boa-fé me pode acusar de não dar sempre o meu melhor. Há no entanto dias em que nada parece correr em conformidade com as expectativas. Como hoje. Assim, como não estou numa linha de produção, em que cada elemento da cadeia é indispensável para a consecução da tarefa seguinte, procrastinei. O verbo procrastinar é delicioso, dá à arte do adiamento um ar digno, quase nobre. Dediquei-me a tarefas secundárias e menos exigentes e adiei o que não devia. Quem nunca tal fez que atire a primeira pedra.

4 comentários:

Fenix disse...

Fernando,

Não!

Não lhe venho atirar nenhuma pedra... vou procrastinar esse acto! ;-)

E se eu lhe confessar que sinto que procrastinei a própria vida?! :-(

Bons sonhos!

Fernando Lopes disse...

Ana,

Não diga isso. A vida é como um rio, às vezes progride apertada entre margens que a comprimem, outras é tumultuosa como rápidos, outras ainda estende-se calma e serena. Aceitar que nem tudo é como idealizamos nesse percurso é a essência de uma boa vida, que flui, sempre no caminho certo, a direcção do mar.

Não procrastinou, movimentou-se ente obstáculos naturais que lhe dão-lhe essa falsa sensação. Está, tenho a certeza, no caminho certo! :)
"Let it flow"

Abraço,
Fernando

Fenix disse...

Obrigada Amigo,

Belas e sábias palavras!

Abraço

Fernando Lopes disse...

Ana,

Somos a versão cibernética da parábola do feixe de varas. Juntos somos muito mais difíceis de quebrar.

Abraço

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