Notícias do ramerrame diário. Tomo o primeiro café do dia numa espelunca de 10m2, que também serve almoços. Um local pouco aprazível, que tem como única superioridade o facto de se encontrar no caminho do trabalho. Velho, mal tratado, onde coexistem torradas e cheiro a estrugido, as únicas características que o recomendam são um café de primeira e a simpatia da empregada, uma rapariga de 30 e poucos anos, ruça espevitada e diligente.
Hoje, enquanto comentávamos o frio, não resistiu a soltar um desabafo:
- Qualquer dia sou mais uma para o desemprego.
- Está a falar a sério?
- Estou. O patrão está a pensar em fechar.
E saí dali, sem dizer palavra, a pensar como estamos todos no fio da navalha. Sem plano, sem mapa, fazendo navegação de cabotagem, com terra firme ou naufrágio certo à distância do olho.
2 comentários:
E assim vamos caminhando, à beira desse abismo. Ou por ele afora. Negros tempos sem qualquer esperança.
Sem esperança morremos por dentro. Quero ter esperança!
Bj,
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