segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A invasão teutónica

O povo grego encontra-se sobre a mais ignóbil das ameaças. A da falência caso não ceda à pressão alemã. É chocante que se pretenda subjugar um povo, indiferentemente de a invasão ser feita através da panzer-divisionnen ou da coacção exercida sobre o que resta da democracia grega. A UE, um espaço que se pretendia de solidariedade transformou-se numa zona sob comando alemão, sem que, ao contrário de outrora, tenham que disparar um único tiro.

Com a colaboração de um governo de Vichy, patético e enfraquecido, a Alemanha anseia dominar a europa do séc. XXI. As dívidas devem ser pagas sem esmagar os devedores. Com condições minimamente dignas e exequíveis. Nada disso acontece na proposta alemã. Colocar austeridade em cima de austeridade já provou ser uma política destinada ao fracasso. A instalação de um comissário em Atenas, um diligente funcionário que asseguraria só e apenas o pagamento da dívida aos credores deve ser encarada como uma declaração de guerra.

Parece que da memória colectiva germânica já se desvaneceram as lembranças das derrotas em duas guerras mundiais. Ao colocar condições inaceitáveis aos gregos a Alemanha torna-se uma potência não só administradora (porque na prática já o é) mas um espécie de saqueador autorizado pela inépcia dos outros povos europeus.

5 comentários:

Fenix disse...

Segundo os entendidos parece que não haverá vencedores nesta guerra. Vamos cair todos com o efeito dominó!

Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

É inadmissível o que o "directório" está a fazer. Privar um povo de decidir o seu futuro em função de créditos a conceder é vergonhoso. Como é que os gregos podem aceitar as condições propostas sem perder a face?

Acredito que face à cegueira alemã que impõe condições inaceitáveis o melhor que a Europa tinha a fazer era ostracizar a Alemanha.

Mas, nada a fazer. Citando um famoso futebolista, "Estivemos à beira do abismo, mas demos um passo em frente."

Abraço,
Fernando

Fernando Lopes disse...

Dito isto, acho que a "ajuda" deve ser paga. Mas em prazos e com taxas de juro que não esmaguem qualquer hipótese de crescimento e de pagamento dessa mesma dívida. Em suma, fazê-lo em condições razoáveis, num momento em que a razoabilidade parece perdida.

Fenix disse...

Fernando,

No meu fraco entendimento, acho que a ideia é mesmo esmagar os países e depois como vampiros sugá-los até à medula. Pois se toda a lógica aponta para o fracasso, porque insistem?!

Bem, se o ruir dos países e consequente abolição de fronteiras e bandeiras, trouxesse um entendimento global e fraterno aos povos, eu não me opunha!

Fernando Lopes disse...

Acho que o entendimento de todos é fraco! :)
As políticas suicidas são sempre difíceis de entender. Esta espiral acabará inevitavelmente por arrastar toda a Europa, Alemanha incluída!

Enviar um comentário

A minha alegria são os teus comentários. Simples ou elaborada a tua opinião conta. Faz-te ouvir! Comenta!