segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Todos ao molho ...


Como a maioria das famílias, assistimos ao discurso de Passos Coelho com um misto de incredulidade e raiva. As medidas anunciadas vão ter um terrível impacto nas nossas vidas. No fim da comunicação, começamos a discutir onde poderíamos cortar. Menos um dia de mulher-a-dias por semana, diminuir a factura da TV Cabo, passar a fumar exclusivamente tabaco de enrolar, ir menos vezes (já são poucas) a restaurantes. Preparamo-nos para as centenas de euros que aí vêm de IMI.

A notícia de que muitos filhos estão a regressar a casa dos pais é um remake do que já se está a passar na Grécia há mais de um ano. As famílias vivem em função dos seus rendimentos e expectativas. Gastam em habitação, alimentação, educação e saúde uma parte substancial, quando não todo o seu rendimento. Se um dos elementos do casal fica desempregado, o corte no rendimento é tal que impossibilita que se cumpram dos compromissos. E ei-los regressados à casa dos pais, dividindo despesas, procurando minorar os efeitos do flagelo que é a falta de trabalho.

Assisti com espanto, já lá vão uns bons anos, a um documentário sobre o problema da habitação em Argel. Por uma questão de escassez de recursos e falta de oferta, os habitantes desta metrópole, viviam muitas vezes em apartamentos sobrelotados e dormiam por turnos, rodando na ocupação da casa. É a este modelo terceiro mundista que o biltre chama "austeridade digna"?

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