quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Saraiva, tem medo, tem muito medo ...

José António Saraiva, deves ter medo dos indignados. Obviamente, nas tuas aulas de política, nunca te debruçaste sobre Herbert Marcuse. Mas ainda estás tempo. Porque as revoluções não se fazem através do voto, ordeiro e acarneirado, mas na rua. E é a rua que temes ...

(...) o conceito de violência encobre (...) duas formas muito diferentes: a violência institucionalizada do estado de coisas vigente e a violência da resistência, que, necessariamente, permanece ilegal em face do direito positivo. Falar de uma legalidade da resistência é um sem-sentido. Nenhum sistema social, nem mesmo o mais livre, pode, constitucionalmente, ou de alguma outra maneira, legalizar uma violência dirigida contra este sistema. Cada uma destas duas formas encobre funções opostas. Há uma violência de libertação e uma violência de opressão. Há uma violência de defesa da vida e uma violência de agressão. E ambas estas formas de violência tornaram-se forças históricas e permanecerão forças históricas. (MARCUSE, 1968b, p.56)

6 comentários:

Moriae disse...

Pode ser que este ainda leve um murro de um indignado. Mas que gente ... No outro dia li um texto do Pacheco Pereira em moldes idênticos. Ambos me repugnaram.

Abraço, Fernando

Fernando Lopes disse...

Moriae,

A conclusão de Marcuse é obvia. Do grande arquitecto Saraiva não espero mais que um discurso alinhado. A cabeça não dá para mais. Agora o PP tem a obrigação de conhecer Marcuse, não fosse ele licenciado em Filosofia. Falar pois, de uma resistência ao sistema, enquadrada pelo mesmo e obviamente uma falácia.
E é aqui que divirjo do PC e do BE, porque também eles são filhos e alimentados pela teta do sistema. Acusar-me-ão de inconsequência, e eu de colaboracionismo.
Com papas e bolos ...

Abraço,

Fernando Lopes disse...

Desculpa o português, mas escrever de telemóvel dá ....

Moriae disse...

Fernando, escreveste lindamente, como é habitual. Não me parece que possas ser acusado de inconsequência, muito pelo contrário.

As pessoas não percebem que há quem não vote porque não se identifica com nenhuma das propostas ... É triste ter horizontes curtos e limitados dessa forma.

A melhores dias, amigo! Conscientes do difícil que é ... mas sem desistir.

Abraço!

Fernando Lopes disse...

Moriae,

Eu identifico-me com muitas das propostas do PCP e do BE. Mas, e nisto há sempre um mas, os partidos, inclusive estes dois, estão representado num parlamento burguês, segundo regras burguesas. Sinceramente, não tenho a fé dos partidos de esquerda, que os nossos problemas possam ser resolvidos dentro do sistema. É preciso ver mais longe e combater este sistema. Não acredito que isso se possa fazer "dormindo com o inimigo". E é mais difícil e mais doloroso não acreditar.

Abraço

Moriae disse...

Exactamente!

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