domingo, 16 de outubro de 2011

Fujam enquanto podem!


Assisti hoje a um acto de contrição que me pareceu sincero. Pedro Marques Lopes, [Eixo do Mal],  eleitor do PSD, não afectado pelo espírito clubista que percorre os militantes e simpatizantes portugueses, dizia com alguma dor e um certo espanto "não foi neste programa que eu votei. Sinto-me co-responsável nesta catástrofe". Merece esta vénia, porque não é vulgar que alguém assuma os erros das suas escolhas, sendo a desculpa standard a culpabilização dos governantes que antecederam os actuais. Tem sido assim desde há mais de 20 anos.

Este orçamento desastroso, não encerra nenhuma "agenda liberal". Exibe antes uma clamorosa falta de ideias e insensibilidade social.  Isto é para mim particularmente doloroso, porque é a minha geração [40's] que está no poder. O antigo regime, a fome, o racionamento durante a 2ª guerra mundial, pouco mais eram do que histórias que a minha avó me contava. Fui criado num ambiente de relativo conforto e de hipótese de ascensão social.

Terceiro de uma linhagem de mangas de alpaca, esperaria dar à minha filha um futuro melhor e mais confortável do que tenho. É esse um desejo genético dos pais, a superação. Que o seu rebento alcance mais do que os progenitores conseguiram. Não necessariamente em bens materiais, mas em bem-estar e confiança no mundo e na sociedade.

Ora o OE e o momento histórico que vivemos na Europa, representam um retrocesso brutal nesse bem-estar e confiança. Assim, do alto dos meus 48, aconselho os jovens que podem, a fugirem deste país. Está entregue às mãos dos jotas de PPC a Seguro. A ralé da minha geração, que se formou em corredores de sedes partidárias, contando espingardas, fazendo acordos e pequenas destruições de carácter. Pode não ser patriótico, mas é um bom conselho. Fujam enquanto podem!

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