segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A paz social compra-se!





Como bem disse Hugo Mendes no Jugular, a paz social compra-se. Os tumultos em Londres são consequência indirecta do fecho de clubes de jovens, que continham numa paz podre, uma massa sem escolaridade, sem emprego, sem futuro. O governo de David Cameron resolveu cortar subsídios a esses "youth clubs" deixando esse bando de miúdos sem nada a perder, à rédea solta. Os resultados são visíveis. Dois dias de tumultos, mais de 100 detidos, caos e pilhagens na rua. Transpondo estes factos para a sociedade portuguesa, o RSI teve o mérito de mal ou bem conter casos similares. Embora este tipo de violência seja indefensável, negar a sua existência latente neste cantinho à beira mar plantado é seguir a táctica da avestruz. É bom que se veja o que se corta e onde se corta sob risco de se gerarem ricochetes de calibre similar.

P.S. - Acho que é bem claro para todos que sou contra a violência. Mas antes de estender o dedo acusador e ficar pela espuma das coisas procuro compreender o porquê. Este artigo é um bom contributo.

4 comentários:

Fenix disse...

Fernando,

"Os tumultos em Londres são consequência indirecta do fecho de clubes de jovens, que continham numa paz podre, uma massa sem escolaridade, sem emprego, sem futuro."

Eu, e o Fernando penso que também, não somos defensores da paz podre.

E por certo, que esta "contenção" não iria perdurar no tempo.

Assim, acho que o trabalho de fundo tem que ser feito, e por isso, ainda bem por um lado que houve cortes nesses subsídios, e a explosão aconteceu, pois mais depressa se terá que atacar o mal na sua raiz e não andarmos com paliativos.

Resta saber se teremos a nível mundial governantes à altura da situação.

Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Cara Ana,

É tudo uma questão ideológica. Estes jovens são a personificação do "no future" de que falavam os Sex Pistols no final dos anos 70.
Não gosto de paz podre e o ideal seria dar-lhes perspectivas de futuro. Não sendo tal possível, o melhor é ser prático e minimizar os danos.
Se vir as coisas pela ala liberal de direita preferirá um estado securitário. Se for de esquerda ou centro-esquerda certamente que olhará para programas de alfabetização, integração e mesmo de "contenção" (por muito que o termo me custe) como o mínimo a fazer.

Nós sabemos de que lado da barricada estamos.

Abraço,
Fernando

Fenix disse...

Fernando,

A propósito do tema do post, deixo aqui este link (notar que foi escrito em Abril de 2001):

http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=101&doc=8355&mid=2


Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Obrigado. interessante e actual.
Já está linkado.

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