sábado, 6 de agosto de 2011

Desespero

O primeiro post deste blogue foi sobre o desespero. Ontem, esse desespero materializou-se à minha frente. Um homem de meia idade (como se eu não estivesse já com os pés na meia idade) barrou-me a passagem do carro. Colocou-se no meio da rua de abraços abertos. Fui forçado a parar. Apesar de algum receio pela integridade física da minha filha, abrir o vidro e perguntei-lhe o que queria.
- Preciso de trabalho, exclamou entre a amargura e o desespero.
Expliquei-lhe que era um trabalhador por conta de outrem, e o facto de ser um macaco engravatado, de carro, não nos tornava diferentes. Também eu estou sujeito a esse flagelo. Despedi-me recomendando calma e desejando boa sorte. Que posso eu fazer para além de tomar como minhas as dores deste homem?

2 comentários:

O abominável careca disse...

Boas,

De facto a situação económica, política e social em Portugal está simplesmente de rastos. Temo que com o agudizar de todas as precaridades haverá muita gente que em desespero de causa não hesitará de pegar num qualquer revólver para fazer valer os seus direitos, seja para assaltar mercearias, bancos, IPSS, isto está a ficar de tal maneira perigoso que já nem sequer arrisco novas e inovadoras medidas de coacção!
Quando o desespero chegar às forças de segurança (Pelos vistos já não há dinheiro para salários no exército até ao final do ano em curso)aí a festa vai ser outra com foguetes e tudo.
Eu sempre adorei fogo de artifício e de preferência com muitas cores...
Um abraço!

Fernando Lopes disse...

Abominável,

Esperemos pois pelo foguetório previsto. Já há foguetes de Londres a Madrid, de Israel à Síria. Vai ser bonita a festa pá, como dizia o Chico.

Abraço,

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