sábado, 20 de agosto de 2011

Crónica de um tempo futuro ...


Em Portugal aconteceu no mês de Julho a maior quebra de sempre no consumo. Austeridade gera recessão, recessão gera menos receita, o que implica aumento de impostos e consequentemente menos consumo e menos receita. A fórmula do FMI já tinha provado mal na Argentina e na Grécia. Cegamente, como se de uma cartilha se tratasse foi aplicada a Portugal. As primeiras consequências estão à vista. Mas isto é apenas o princípio.

Se os senhores do FMI e do governo andassem na rua veriam o que todos os Portugueses vêem. As lojas vazias (os saldos foram desastrosos, mesmo para as grandes marcas), o comércio moribundo a aguardar pela estocada final, lá para Janeiro. Ao sábado por razões pessoais costumo almoçar fora. Num restaurante modesto em que duas pessoas comem com facilidade por 15€. Estava vazio. As Telepizzas, anteriormente tão usadas ao fim-de-semana e durante os jogos de futebol já oferecem duas pelo preço de uma. Roupa só o essencial para renovar o stock.

Na Grécia 25% do comércio já fechou. Em Portugal, a partir de Janeiro o mesmo irá acontecer. Milhares de pequenos comerciantes estão a aguardar as vendas de Natal para pôr fim à sua actividade em Janeiro. Milhares de postos de trabalho perdidos, uma sociedade em que uns não consomem porque não podem, outros porque têm medo. E quando um povo tem medo do futuro a paralisia da economia é inevitável. Daqui a um ano estaremos numa situação idêntica à da Grécia a provar pela segunda vez que esta receita não resulta. E muito mais pobres e com muito mais medo. Toda uma ideologia a funcionar. Até um dia ...

2 comentários:

O abominável careca disse...

Caro Zé,
Como tenho dito amíude toda esta situação de recessão e insolvências mais ou menos generalizadas a todos os sectores de actividade, mais não são que a fatal consequência das falsas expectativas criadas pelas forças políticas nacionais junto do inculto e iletrado povo português que vai pagar com a carteira e o corpo as consequências de ter ido votar ou simplesmente nem sequer aparacer nas secções de voto respectivas. O futuro não vai ser negro irá ser certamente um regresso à idade das trevas e sem regresso previsto...
Muito mais tinha para dizer mas de momento já me doem os dedos...:)
Abreijos

Fernando Lopes disse...

Abominável,

Como sabes Portugal é um país de comerciantes. Quando se fala em PMEs muitas delas são pequeno comércio que vai fechar depois de tentar equilibrar as contas com o Natal. Isso tem custos financeiros e humanos.
A ver vamos, como dizia o ceguinho ...
:)

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