quarta-feira, 13 de julho de 2011

A viagem

Hoje, sem saber porquê, recordei-me das primeiras viagens até ao Algarve. Seria no início dos anos 70. A autoestrada começava no Porto e acabava em Vila Nova de Gaia. Dois dias de viagem. Uma família de quatro com bagagens num mini. Dos antigos. O meu pai tinha uma grelha que agarrava ao tejadilho do carro, com porcas e parafusos, para colocar as malas. Todos os preparativos antecediam a excitação de uma grande viagem. E era grande. Tão grande, tão prolongada, que nos eu e o meu irmão nos distraiamos a escrever num papel as localidades por onde passávamos. Albergaria, Águeda, Venda das Raparigas. Porque muito que pedíssemos, o pai nunca nos explicou porque é que aquele sítio se chamava assim. Acho que não sabia. A chegada a Vila Franca de Xira significava o passar de uma fronteira. Daí a pouco estaríamos a caminho de Grândola, a nossa vila de pernoita. Sim, que aquilo não se fazia num dia só. Os pais aproveitavam para descansar. No dia seguinte, subiríamos a intransponível serra algarvia. Atrás de camiões carregados de cortiça, a 20 kms à hora nas subidas mais difíceis. A viagem não tinha como único objectivo chegar ao destino. Era por si, uma aventura familiar.

3 comentários:

O abominável careca disse...

Olá,
Realmente fiquei sensibilizado com este teu tão peculiar "recuerdo". De facto as viagens rumo a locais idílicos e de preferência com praia naqueles tempos eram o o que hoje se designam de verdadeiros roteiros aventuras.
É curioso que há uns tempos atrás lancei este mesmo repto à rita, ou seja fazer a viagem Porto/Algarve pela estrada nacional e claro está sem as condicionantes que existiam à quarenta anos, a única expressão facial que revelou foi igual àquela que normalmente faço quando me dizem uma enorme estupidez!
Não há dúvidas que actualmente o percurso é menos penoso e ainda por cima com a ajuda do bendito ar condicionado!
E assim se viviam umas duas ou três semanas de tão merecidas férias, sem sequer nos importarmos nem com a forma nem sequer com o tempo que iriamos ter de dispender...
Resumindo, as exigências e os requesitos dos novos tempos são uma realidade incontronável...
Um abraço!

Fernando Lopes disse...

Caçula,

Down om memry lane ...
Só a malta da nossa idade é que se lembra. Tmabém devíamos valor a rede de autoestradas que temos. Qualquer deslocação é bem mais fácil. Mas como está na moda dizer mal das autoestradas, por aqui me fico.

Abraço,

Fernando Lopes disse...

Ecrever em tlm dá desta merdas ...

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