quinta-feira, 7 de julho de 2011

Food stamps


No país mais rico do mundo descobri (tardiamente), que existe uma coisa chamada food stamps. São títulos alimentares para famílias ou pessoas carenciadas, atribuídas pela segurança social aos sectores com baixos rendimentos, emigrantes, idosos e afins. A coisa modernizou-se e agora funciona como um cartão de débito utilizável em supermercados e lojas de conveniência.O país com maior riqueza per capita, não confia que os seus cidadãos sejam capazes de gerir subsídios. Assim, à moda da sopa dos pobres, dá-se ao pobrezinho não o dinheiro para escolher livremente, mas como certas mãos caridosas recentemente propuseram, vales de comida. Não vão os indigentes gastar o dinheiro em putas ...

6 comentários:

Fenix disse...

Fernando

O país mais rico do mundo enquanto o dólar tiver a hegemonia, pois se lhe tiram o tapete, quem vai ter que andar a pedir são eles!

Abraço
Ana

Nota: Eu como desempregada e tendo em conta as ideias do paulinho das feiras, já me mentalizei para o caso de ter que ir ao mini-preço com vales-comida em vez do dinheiro do subsídio. O que vale é que o meu amor próprio não consegue ser afectado por esse lixo moral.

Fernando Lopes disse...

Ana,

Uma pessoas sem recursos não é necessariamente um tonto. O estigma ninguém o tira se usarmos as "cadernetas de pobre". E nem toda a gente tem o seu amor-próprio ou capacidade de se sobrepor a ideias peregrinas. Imagine quantas pessoas em Portugal evitariam usar estas coisas para os vizinhos não saberem ...
Esta estigmatização merecerá sobre quaisquer condições a minha repulsa!

Abraço,
Fernando

MManel disse...

Hei!

Se me perguntarem qual é o meu filme de eleição, respondo sem hesitar - Fight Club!

Pactuo na totalidade com o parecer do meu colega financeiro/ mecânico/ dono de garagem que escreveu aquele livro de espanto - mas o que tem a ver?

Os americanos amam segregar e ser segregados, pois como podemos tão bem acompanhar no referido F.C, existem grupos de apoio e partilha p/ todo o tipo de doença, traumas, paranóias e afins.

Parece-me que a tanga das senhas de alimentação ou cartões de acesso deve entrar nessa senda - é tipo um grupo de coitadinhos que têm que ser separados do joyfull american, mas que ao mesmo tempo se apoiam mutuamente, os protestos dos americanos são como os deitados do Rossio ou afins)

Mas os States são uma reserva de "freaks", dos quais muito há a explorar :-)


Bom fim de semana !

Bjts

Fernando Lopes disse...

Manel,

"Uma reserva de freaks, que adoram segregar."

Fizeste-me lembrar "O complexo de Portnoy" de Philip Roth que li recentemente. São as memórias da vida sexual de um judeu, que vivia com judeus, num bairro judeu esmagado pela figura da mãe e pelo peso desproporcional que a cultura judaica tem na sua vida, inclusive sexual.

Mas, companheira, para mim é estranho, perigoso e esmagador. Sempre detestei qualquer tipo de segregação. Quando se vê isso formalizando a condição de pobre, tal choca-me. Serei maluco ou hipersensível a estas questões, mas sou assim ...

Bj e bom f-de-s !!!

MManel disse...

Alô, de novo!

Não achas que eu concordo com o club "no liquid money", pois não?
Eu sei que o meu cinismo opta por ser discreto, do género britânico "no sense"/ humor negro.
- atualmente a minha defesa mental é rir-me dos disparates, embora sempre com um ar sério ;-)
(doutra maneira já tinha dado o tal tilt...)

Bisoux!

Fernando Lopes disse...

Claro q não. Conheço-te o suficiente para saber que "no money for the poor", não é a tua onda.
Eu é que sou dado a estes estúpidos ataques de surpresa com coisas que não me deviam surpreender.

Bj

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