sábado, 11 de junho de 2011

Vidas difíceis


Tal como muitos homens da minha geração nunca frequentei prostitutas. Mas como rito iniciático, o que disser que nunca foi a uma casa de meninas de má fama é um mentiroso. Fazia parte dos programas obrigatórios das despedidas de solteiro, após faustoso jantar [a frugalidade não era então uma qualidade], uma passagem por uma dessas instituições.

O sítio de referência de então era o Pérola Negra. Antes de ser ter "americanizado" com bailarinas de varão, era um local escabroso frequentado por jovens na busca de novidade e velhos babados, dispostos a ser chulados até ao último centavo por um bocado de atenção de uma mulher que não tivesse o aspecto de uma Ford Transit. Tinha "shows" de sexo ao vivo e o diabo a quatro. Mas isto passou-se em anos distantes do século passado. Amigos meus sempre se fascinaram com este lado escabroso da noite. Esse olhar da miséria humana, dos ambientes de bas-fond, nunca sobre mim exerceu qualquer atracção.

Hoje devido à idade avançada já não vou a despedidas de solteiro. A malta amiga que se casa, já é pela segunda ou terceira vez, e prefere um bom bar a uma casa de putas. Teremos crescido? Perdido a libido? Nem uma coisa, nem outra. Aparentemente até esses negócios estão em desuso, as prostitutas de rua baixaram os preços devido à crise e ao aparecimento da prostituição exclusivamente por necessidade e não apenas pela motivação do dinheiro fácil.

Sinais dos tempos, em que as mulheres de vida fácil, estão sendo substituídas por especialistas em vidas difíceis.

2 comentários:

Anónimo disse...

Comentarei com agrado mal esteja junto a um pc normal.
Ricardo

Fernando Lopes disse...

O simples facto de ver uma artista de varão, puxa-te logo ao comentário.
Libidinoso!! :)

Boas férias,
Fernando

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