quinta-feira, 19 de maio de 2011

O coveiro Aníbal e a ressureição ...


O coveiro da agricultura e das pescas portuguesas, sofre uma súbita metamorfose, e a passa a defender sectores que ajudou a enterrar em troca de umas míseras autoestradas e CCBs. Acordas tarde, Aníbal. Politiqueiro de vistas curtas, este Aníbal representa o que de mais medíocre existe na sociedade portuguesa. É juntar-se a Sócrates e partilharem a cicuta. O país pode não se transformar num paraíso como num passe de mágica, mas tornar-se-ia bastante mais respirável.

3 comentários:

M Manel disse...

Apoio totalmente.
Por alguma justificação cerebral que eu não consigo explicar, o primeiro pensamento que tenho quando analiso o assunto Cavaco, é uma marcha que houve de Gaia para o Porto, pela ponte D. Luís, e que teve que ser interrompida por que a ponte não apresentava segurança para esta travessia. Julgo que era em memória de um soldado morto no 11 de Março e era demasiado peso por metro quadrado, devido à quantidade de pessoas (A minha mãe trabalhava cerca de 300 m, em frente ao governo civil e eu devo ter ouvido comentários lá no centro de saúde, aonde eu estava muitas vezes)
Na verdade, o homem de Boliqueime faz abanar todas as minhas estruturas, qual oscilação perigosa do tabuleiro superior da referida ligação entre margens.
O Sócrates é um problema pancreático inultrapassável, mas
este ser é de uma parvalheira quase angustiante, mais a Maria dele.
Um professor universitário de economia, (ainda bem que nunca vi aquele frontispício à minha frente, já me chegou o Teixeira e o S Silva) que nunca conseguiu ver mais do que a dois passos à frente dele, é em termos desta ciência que visa sobretudo a antecipação dos resultados de acontecimentos ou política, dos seres mais burros que apareceram no nosso país. Conseguiu acreditar em tudo o que lhe disseram, desde os ministros dos governos dele - Cadilhe, Beleza e toda a chusma afim, aos deterministas europeus, aos banqueiros, aos ditos amigos do peito como os do BPN. Fez o feito ainda de conseguir arrasar de um dia para o outro a bolsa em 1986, com o famoso "anda-se a vender gato por lebre no nosso mercado de capitais".
Agora, à custa da terceira idade, que sabemos ser mais do que muita, e dos parolos que o acham um exemplo de seriedade, conseguiu levar-nos a gramá-lo mais uns anos, que serão de muita má memória, e dos quais ele cavou as fundações, por sinal bem profundas.
Como dizem os brazucas: "pau que nasce torto, até a cinza sai torta"


Bj e hoje apetece-me acrescentar "saudações progressistas", em memória do meu pai

Fernando Lopes disse...

Manel,

Apetece-me gritar "Há esperança para Maria Manuel!!".
Como leigo em economia, funciono por percepção, o que nem sempre será o mais indicado, mas careço de bases científicas. Garcia Pereira (honra lhe seja feita) sintetizou muito bem o que penso. Fomos pagos para não modernizar a agricultura (a França e a Inglaterra produzem), para não pescar (os espanhóis fazem-no com maior produtividade e mais barato) e com o acordo comercial com a China relativo aos têxteis, já nem nessa área tradicional somos competitivos pelo preço.
Basicamente pagaram-nos para estar quietos e ser consumidores do "low-cost" europeu. Agora querem cobrar a factura.
Cavaco e Sócrates são duas faces da mesma moeda. Provincianos (no mau sentido da palavra), deslumbrados com as propostas dos vizinhos europeus, sem ver mais à frente que o bem-estar imediato e sem custos.
Se como o xéxé Catroga propôs os políticos fossem julgados, estes seriam os dois principais réus.
Como já aqui disse num comentário anterior, querem impor-nos um modelo ideológico travestido de modelo económico.

Saudações democráticas e progressistas,
Fernando

M Manel disse...

Dear Joseph:

Corto muito mais a direito do que aquilo que provavelmente tens imaginado nas minhas intervenções e admiro quem não pactua com o sistema, desde Jesus a Trotsky.
(Embora o JC seja especial para mim, como sabes)
Vivemos num país de saloios que se julgam ilustrados e ricos, qual burguesia de casca grossa prestes a partir.
Contudo, até ao fim para se salvar, qual naufrágo a tentar-se pôr à tona de água com o pé na cabeça de alguém, poucos terão a coragem de arregaçar as mangas e mudar a sua maneira de estar na vida.
Concordo com o disse o Garcia P, contudo há aqui um factor que não nos pode desculpabilizar:
entregamos uma série de sectores à Europa, mas recebemos rios de dinheiro para converter a economia com imaginação e trabalho. E trinta anos depois, o que podes constatar? Que não houve resultados, porque como referi numa outra vez, trocou-se o ouro pelo dourado.

Formação - alimentaram-se esquemas mirabolantes de gabinetes e formadores, desnecessários e pouco eficientes
Certificação de qualidade - burocracia, que já fez fechar umas tantas empresas
Projectos de investimento - para ganharem os consultores, empresários, importadores de máquinas e os bancos
Inst de apoio às empresas - burocratas de secretária, totalmente distantes da produção
Turismo - completamente "cagão", sem uma perspectiva de crescimento sustentado - qualquer low cost é de capital estrangeiro e é mais barato dormir num 4 estrelas em Bruxelas do que em Lisboa (preço de balcão, não net)

Para não ser maçadora, vou tentar resumir - trabalhar faz mal; se me emprestam, para quê ter dinheiro para pagar, e se há fundos comunitários, aproveitemos, mas para o dia a dia, porque o amanhã logo se vê.

Só para se perceber um pouco: quando acabaram as alfândegas europeias, a então Com. Europeia mandou milhões de contos para indemnizar os despachantes e empregados, e para disponibilizar verba para criação de um negócio próprio. O que sucedeu? Foi tudo devolvido, porque na altura, a Direcção Geral das Alfândegas não percebeu como aplicar, e cada um que se virasse...

And so on, and so on

Bj

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