segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dos bloggers ou da importância que não temos

Prefiro blogues individuais a colectivos. Pessoais a políticos. Mas isto são opções minhas, que têm a ver com a maneira como encaro um blogue. O que me dá vontade de rir, é a importância que damos ao nosso hobby e a relevância que julgamos ter para a formação da opinião de terceiros. Tenho relutância em ver-me como um blogger. Sou antes um tipo que resolveu escrever meia dúzia de tretas publicamente. Assim, sujeito ao contraditório e a opiniões favoráveis, desfavoráveis e até a aturar com infinita paciência defensores da supremacia branca.

Vêm isto a propósito da mundividência muito peculiar de Fernanda Câncio. No jugular e a propósito deste post, trocamos galhardetes. Depois bloggers à seria, do 5dias e aventar, publicaram isto e isto.
Dei por mim a pensar o que serão estas discussões e trocas de argumentos para o homem e a mulher comuns. Eles não estão preocupados com os "acampados" do Rossio ou a violência na Praça da Catalunha. Estão demasiado ocupados a sobreviver num emprego em que recebem 700 euros por mês ou a procurar trabalho.

Os blogues, as reflexões, os debates acalorados nada lhes interessam. E, no entanto, é também por eles que escrevo. Somos um bocadinho ridículos, dando-nos uma importância que não temos. É que isto de blogues não é para todos, é só para quem pode. Os outros, marginais, excluídos ou trabalhadores de salário mínimo não têm tempo a perder com merdices intelectuais ou ideológicas. Se calhar ainda bem, para nos porem em perspectiva.

2 comentários:

M Manel disse...

Desde que vi numa revista semanal
uma crónica de F. Câncio sobre bidés, julgo-a capaz de superar em imbecilidade qualquer "artista", até o emplastro em pessoa.

Pelos vistos, continua igual a ela própria - não merece nem o tempo da leitura.

Por mim, já teria ir chatear o Camões, ou quem sabe o F. Pessoa. Sempre podia tomar um cafézito, à pala de algum otário;-)

Bj

Fernando Lopes disse...

O engraçado é que ela usou a táctica dos políticos. Pegou na palavra corporativa e foi for ali fora, sempre focada no acessório e esquecendo o essencial. Ainda a vamos ver a ministra!
:)

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