terça-feira, 5 de abril de 2011

O tótó


Expor mesmo que parcialmente a intimidade, é área perigosa. Mais do que uma vez, aqui no purgatório, me meti por esses movediços terrenos. Vou fazê-lo de novo. De forma confessional.

Se, por algum motivo, a conversa descamba para o número de companheiras ou as aventuras sexuais que se teve, fico quieto num canto. Se abrir a boca, vou ter de confessar que só conheci intimamente duas mulheres na minha vida. As duas únicas que amei. Os homens olham para mim com um ar descrente, entre a comiseração e a incredulidade, as mulheres sorriem enigmaticamente, com pena genuína de tão grande tótó.
E, no entanto, é verdade. Embora a tentação exista, embora seja um apreciador do género feminino, nunca consegui ser intimo de quem não amasse profundamente. E esse fenómeno só me aconteceu duas vezes na vida. É por isso que quando ouço casanovescas aventuras, ou passados plenos de relações libidinosas, me encolho. Porque, lá no fundo, não passo de um tótó.

Esta fidelidade canina, transforma-me numa espécie de Golden Retriever de duas patas,  ignorado pelos machos alfa e visto como inofensivo pelas cadelas.
O que é que isto vos interessa? Nada. Mas escrevo na esperança que ao bater tótó no google, algum moço, jovem ou homem com idêntica sintomatologia, saiba que não está sozinho.

10 comentários:

M Manel disse...

Claramente um livro de homens para homens:-)
Proponho como sub-título: os que temem as mulheres:
(..)

Fernando Lopes disse...

Manel,

Quem tem medo de quem?! Suponho que te referes ao livro e não ao post, por isso vou ignorar provocações baratas ... ;-)

Abraço,
Fernando

M Manel disse...

O.K!
O título do LIVRO fica, tipo auto-ajuda ou self-counselling "Ultrapasse o seu trauma com a criatura mulher", ou "os dentes eram postiços, certo?" (sendo este título menos óbvio, claro).

Quanto aos atemorizados, acho que para qualquer mulher são uma escolha de primeira, sobretudo quando vêm com sentido de humor;-).

Divido a minha vida com um, e sei que acertei em cheio...

Bj

Fernando Lopes disse...

Ufaaaa!!!
Cheguei a temer pela minha reputação, que como sabes é NULA.

Abraço,
Fernando

Fenix disse...

Fernando,

Acho que a sexualidade deve ser vivida de forma plena de acordo com a sensibilidade de cada um. E nunca fazer, nem deixar de fazer nada, com receio dos rótulos! Sexo é bom! Se for com Amor é Óptimo!
;)

Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Ana,

Já me conhece o suficiente, para saber que este post, não representa nenhum juízo de valor. As coisas são o que são, e eu sou assim ... um bocadinho tótó. Não que isso seja marcante, mas o facto de ser mais velho também pode estar indirectamente relacionado, já que em tempos idos, não era fácil levar a namorada para a cama. Pelo menos no meu tempo! ;-)

Abraço,
Fernando

M Manel disse...

P.S.

Um dia mando-te a estória dos dentes p/ e-mail. Contudo não é postável, por isso vou pensar duas vezes...

Fernando Lopes disse...

Manel,

No purgatório não se pratica censura. Como já te deves ter apercebido pelas voltas que deste por aqui, tudo, mas mesmo tudo é "postável!!"

Abraço,
Fernando

O abominável careca disse...

Caro Zé,
Andas com umas leituras no mínimo desaconselhadas para a tua idade e sapiência! Deu-te alguma "branca" importante neste domínio???
Isso resolve-se e é barato...
Um abraço solidário!

Fernando Lopes disse...

Abominável,

Quem diz a verdade, não merece castigo.
Foi o que eu fiz.


Abraço,

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