Esta "geração à rasca" queixa-se sobretudo da precariedade, dos recibos verdes e dos estágios não remunerados. Realmente esta geração não pode fazer planos a médio prazo e muito menos a longo, como fizeram os seus pais. Já não se trata só da remuneração mensal é todo um futuro de incerteza!
Eu, fui administrativa numa empresa têxtil de Fevº/1986 a Agosto/2011. Tinha um bom salário. Mas houve uma reestruturação da empresa que passou por extinguir postos de trabalho, e já era prática em simultâneo ir contratando a prazo, com salários mais baixos jovens licenciados.
Tive que me fazer novamente ao mercado de trabalho, com 46 anos...fui precária em áreas diferentes da minha formação. E agora estou desempregada...
Por isso, sei bem do que eles estão a falar.
Só não concordo com o protesto porque temos de exigir muito mais. Temos de exigir uma reforma profunda de políticas e de políticos. Tem de cair tudo pela base e voltar a construir-se à luz de um novo paradigma mais humano. E o que eles vão reclamar para a rua é o SEU empregozinho, o SEU futurozinho!
Eu também fui precário durante um ano nos TLP, e posteriormente na SONAE, a prazo. Acho que é não é um fenómeno novo, o que diferencia as gerações, é que trabalhava como um louco por um salário médio, mas não me queixava. Tinha de ir trabalhar todos os domingos à tarde. O esforço foi posteriormente recompensado. Confesso agora que trabalho nos recursos humanos de uma grande empresa portuguesa. Temos estágios (poucos) e contratos a prazo (cerca de 0,5% do total). Sei que não é fácil, mas também sei que temos programas especiais e os verdadeiramente bons, em áreas que interessam são contratados antes de acabarem o curso. Miúdos de 22, 23 anos de Direito, Gestão, Economia. E são contratados como vedetas, com salários de vedeta. O mundo está mais competitivo, e já não basta o curso, é preciso ser craque. Agora quem se licenciou em literatura e quer ir para CEO de uma grande empresa ...
Mas reconheço que está mais difícil, mas não tão mau como pintam. Ver o segundo post, com evidências que são como facas. Ferem.
Caro Zé, Eu sei que para ti é difícil mas imagina que também te tocava a sorte numa tão propalada restruturação e ficavas assim sem apelo e sem agravo numa situação de desemprego! Imaginas a situação? Que raio de futuro nas actuais circunstâncias aspirarias? Trabalharias a recibos por quinhentos euros e sem fins de semana? Sujeitar-te-ias ao que porventura aparacesse? Pf, reflecte nestas questões e depois responde com sinceridade isto claro está se estiveres para aí virado! Um Abraço!
Tanto tu como eu não temos medo do trabalho. Faríamos o que fosse preciso para pôr comida na mesa. Eu sei que tu sabes, que é assim ... E ninguém está livre do desemprego.
4 comentários:
Fernando,
Esta "geração à rasca" queixa-se sobretudo da precariedade, dos recibos verdes e dos estágios não remunerados. Realmente esta geração não pode fazer planos a médio prazo e muito menos a longo, como fizeram os seus pais. Já não se trata só da remuneração mensal é todo um futuro de incerteza!
Eu, fui administrativa numa empresa têxtil de Fevº/1986 a Agosto/2011. Tinha um bom salário. Mas houve uma reestruturação da empresa que passou por extinguir postos de trabalho, e já era prática em simultâneo ir contratando a prazo, com salários mais baixos jovens licenciados.
Tive que me fazer novamente ao mercado de trabalho, com 46 anos...fui precária em áreas diferentes da minha formação. E agora estou desempregada...
Por isso, sei bem do que eles estão a falar.
Só não concordo com o protesto porque temos de exigir muito mais. Temos de exigir uma reforma profunda de políticas e de políticos. Tem de cair tudo pela base e voltar a construir-se à luz de um novo paradigma mais humano. E o que eles vão reclamar para a rua é o SEU empregozinho, o SEU futurozinho!
Abraço
Ana
Ana,
Eu também fui precário durante um ano nos TLP, e posteriormente na SONAE, a prazo. Acho que é não é um fenómeno novo, o que diferencia as gerações, é que trabalhava como um louco por um salário médio, mas não me queixava. Tinha de ir trabalhar todos os domingos à tarde. O esforço foi posteriormente recompensado. Confesso agora que trabalho nos recursos humanos de uma grande empresa portuguesa. Temos estágios (poucos) e contratos a prazo (cerca de 0,5% do total). Sei que não é fácil, mas também sei que temos programas especiais e os verdadeiramente bons, em áreas que interessam são contratados antes de acabarem o curso. Miúdos de 22, 23 anos de Direito, Gestão, Economia. E são contratados como vedetas, com salários de vedeta.
O mundo está mais competitivo, e já não basta o curso, é preciso ser craque. Agora quem se licenciou em literatura e quer ir para CEO de uma grande empresa ...
Mas reconheço que está mais difícil, mas não tão mau como pintam. Ver o segundo post, com evidências que são como facas. Ferem.
Abraço,
Fernando
Caro Zé,
Eu sei que para ti é difícil mas imagina que também te tocava a sorte numa tão propalada restruturação e ficavas assim sem apelo e sem agravo numa situação de desemprego! Imaginas a situação? Que raio de futuro nas actuais circunstâncias aspirarias?
Trabalharias a recibos por quinhentos euros e sem fins de semana? Sujeitar-te-ias ao que porventura aparacesse? Pf, reflecte nestas questões e depois responde com sinceridade isto claro está se estiveres para aí virado!
Um Abraço!
Pedro,
Tanto tu como eu não temos medo do trabalho.
Faríamos o que fosse preciso para pôr comida na mesa. Eu sei que tu sabes, que é assim ...
E ninguém está livre do desemprego.
Abraço,
Zé
Enviar um comentário
A minha alegria são os teus comentários. Simples ou elaborada a tua opinião conta. Faz-te ouvir! Comenta!