terça-feira, 15 de março de 2011

Japão

Nenhum de nós pode ficar indiferente à catástrofe do Japão. Na sociedade da prevenção, a natureza agiu com uma força desmesurada, esboroando os planos de segurança do país. Às vezes recebemos estas lições de humildade. Ainda recentemente tinha estado a ver no Discovery, um programa sobre a arquitectura nipónica, que os próprios consideravam, justificadamente, a única no mundo preparada para resistir a grandes sismos. De nada adiantou. Depois do maremoto, segue-se a catástrofe nuclear. Sei que este post está pleno de trivialidades, mas a construção anti-sísmica e o nuclear são colocados em questão por fenómenos que desconhecemos e somos incapazes de prever. Reduz-nos à frágil condição humana. Dá que pensar, como a nossa melhor ciência e técnica, podem ser questionadas por um simples fenómeno natural. A deslocação de duas placas tectónicas.

P.S. - Com a tragédia nuclear que se avizinha, é uma boa altura para debater se o que pagamos a mais pela nossa energia compensa a opção pelo não atómico. Eu prefiro viver sem esse pesadelo por perto, embora não seja totalmente insensível ao quanto energia barata pode ser importante para a indústria.

7 comentários:

Dalaila disse...

Como diria uma velhinha desde que o homem andou a mexer lá em cima.

Fenix disse...

Fernando,

É a arrogância e a ganância humanas no desrespeito pela Natureza, esquecendo-se o quão frágil é.
Quanto mais nos afastarmos da Natureza mais riscos corremos, pois deixamos de ser aliados para ser inimigos! Lamento muito a sorte destes japoneses e lamento ainda mais que estes acontecimentos não sirvam para um "arrepiar" de caminho...


Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Dalila e Ana,

Nós sabemos que a opção não nuclear tem os seus custos. É por isso que pagamos 25% mais que os nossos vizinhos europeus.
É uma opção que nos sai do bolso. Então para empresas com grande consumo energético, representa uma grande perda de competitividade.
Mas sempre é melhor do que a nuvem do nuclear a pairar sobre a nossa cabeça.

Abraço,
Fernando

Fenix disse...

Fernando,

Ufa! Que alívio!

Por momentos (devo ter interpretado mal o seu Post Scriptum)) pensei que o Fernando preferia pagar menos na factura...

Abraço
Ana

O abominável careca disse...

Caro Zé,
Oa recentes acontecimentos no Japão serviram para mostrar o quanto somos permeáveis as fúrias da natureza. No entanto e mediante os telejornais das rádios e televisões os responsáveis nipónicos em face dos acontecimentos na central nuclear mais afectada decidiram abandonar as instalações deixando à sua mercê toda uma população que nada tem a ver com as péssimas decisões políticas. O nuclear compensa? Se há uns anos tinha dúvidas hoje tenho uma certeza! A produção eléctrica com baixo custo não compensa o risco que involve e agora até na velha europa os responsáveis reunem-se de urgência para deliberar acerca do risco. Resumindo, o mundo está doente pela inércia dos homens e não se vislumbram soluções razoavéis a médio prazo!
Um abraço!

Fernando Lopes disse...

Ana,

Não!! Mas compreendo as razões do industriais. Para nós um "ligeiro" sacrifício, mas para eles é um peso que retira competitividade. Se analisarmos, todas as potências industriais dependem do nuclear para serem mais competitivas.
Já acrescentei duas linhas ao post para ficar mais claro. Eu sou um rapaz das renováveis!! Nada se perde, nada se cria ...

Abraço,
Fernando

Fernando Lopes disse...

Abominável,

Estou totalmente de acordo contigo. Mas, e nestas coisas há sempre um mas, as centrais que explodiram são tecnologia dos anos 70, mantidas pela mais simples das razões, LUCRO!
Provavelmente a segurança de hoje seria completamente diferente.
Pelo sim pelo não, prefiro não arriscar. Porque o sofrimento pode ser dos nossos filhos!!!

Abraço,

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