quarta-feira, 2 de março de 2011

Da consciência pesada, ou "ain't gonna play sun city"



Não será exigível a um artista pop que tenha grandes preocupações sociais. Goste-se ou não, são entretainers, que normalmente cantam músicas sem sentido para deleite do povo. No entanto, nem tudo é vacuidade no mundo do pop-rock. Desde os Rage Against the Machine, Bruce Springsteen e outros politicamente engajados, até aos bem nossos Xutos, o mundo da música também tem a sua quota parte de cérebros com mais de um neurónio activo.

Vem esta prosa a propósito do rebate de consciência de Nelly Furtado, que resolveu doar o dinheiro recebido de um concerto privado que fez para a família Khadafi. Faz bem. Limpa a face, e devolve algum do dinheiro a quem dele mais precisa.

Esta estória, lembrou-me uma, velha de anos, passada no tempo do apartheid, em que estes marmanjos acima, resolveram não tocar num resort, exclusivo para brancos, que era o símbolo turístico da África do Sul de então, e consequentemente desse regime que foi uma mancha na história de África e da humanidade.
O resort maldito chamava-se Sun City.

2 comentários:

Fenix disse...

Fernando,

Aqui no Purgatório há informação de qualidade, para quem como eu andou distraído, pois desconhecia a estória deste grupo e do Sun City.

Quanto à Nelly, soube pela TV, e como sou muito cínica, fico sempre na dúvida se este gesto não terá um objectivo esconso...

Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Ana,

Obrigado, mas não é qualidade, são muitos anos de estrada. Vai-se acumulando informação. Não consegui arranjar a história toda de Sun City, mas sei que implicou o realojamento da população local para fazer um paraíso para branco brincar. Na altura os negros só podiam entrar como artistas ou empregados. E ao que consta, excepção feita à Tina Turner, só mais um ou dois negros é que actuaram em Sun City.
Um playground para brancos é mau, um que desalojou a população autóctone é duplamente mau. Era, e para mim, é, um sítio maldito, com um simbolismo maldito.

Abraço,
Fernando

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