sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mulheres da minha vida


Weeping Woman, Picasso, 1937, Tate Modern

 As mulheres da minha vida são três. A minha avó Conceição, a minha mulher e a minha filha. A minha avó é o meu referencial.
Criou-me, cuidou de mim com todo o carinho, aprovou ou aceitou as minha opções, por muito estranhas que lhe parecessem.
Ainda hoje, cinco anos depois da sua morte, está todos os dias no meu pensamento. Mulher rude, pouco dada a manifestações de afecto, era um poço de carinho nas atitudes. Beijos, abraços e mariquices do género não eram o seu pelouro. O amor era distribuído em gestos práticos, em preocupações, em pequenos mimos.

A minha mulher é uma torre de força. Resolveu casar-se comigo aos vinte e um anos, tomar conta de um homem e de uma casa enquanto acabava os estudos. É de uma determinação a toda a prova. É lutadora, resiste ás adversidades como ninguém, e é dotada de um pragmatismo excepcional. Somo o Yin e o Yang. Completamo-nos. Eu um desvairado sonhador, ela sempre pragmática a orientar os meus devaneios. Amo-a, mesmo quando discordamos em quase tudo.

A minha filha é a prova (se prova fosse necessária), que o apuramento genético existe. Reúne o melhor de mim e da mãe.
Apesar da tenra idade consegue ser poética e prática ao mesmo tempo. Consegue brincar a horas a fio comigo e depois, tal como a mãe, lançar-se ao trabalho como se não houvesse amanhã.

Estas confidências serão certamente de pouco interesse, mas são, personificadas nestas três mulheres, uma homenagem a todas as mulheres.

4 comentários:

Fenix disse...

Parabéns Fernando!

Porque é um sortudo, em ter essas mulheres na sua vida e ainda porque é um homem sensível e reconhecido!

Abraço
Ana Almeida

Fernando Lopes disse...

Ana,

O texto é uma insignificância, mas é a minha maneira de lhes dizer que as amo.
E é uma homenagem, porque com frequência vejo mulheres menorizadas ou maltratadas.
Sem estas três, seria certamente muito pior pessoa.

Abraço,
Fernando

Dalaila disse...

e Elas sem ti meu querido.... de facto este teu texto é mesmo real e sincero, e acho que vocês os três são tão diferentes e tão iguais, que no meu coração cabem todos

Fernando Lopes disse...

Dalila,

Transformamo-nos numa equipa.
Como vocês, também vencemos a adversidade.

Beijo,

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