quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O IKEA e eu ...

Confesso. Sou um daqueles portugueses que não tem a mínima vocação para a bricolage. Só a palavra bricolage dá-me vómitos, parece que estamos a fazer alguma "ordinarice" em francês.
Vai disto e aqui o vosso amigo vai ao IKEA buscar um roupeiro novo para o quarto da cria.
Primeiro que tudo, tenho de confessar que odeio o conceito "vaca no corredor" com que o dito IKEA está organizado.Apetece-me gritar STAMPEDE e pôr-me a correr como um louco nos corredores.Não é que um gajo que só quer um candeeiro, tem de fazer a mini-maratona para chegar à secção de iluminação?
Depois de escolher o móvel (secção 27, corredor 3), tenho de pegar em várias pranchas de madeira de 30 quilos cada uma.


O processo é de tal forma violento que além de ficar derreado das costas, ainda largo inadvertidamente uma flatulência de esforço.
Depois de colocar o futuro roupeiro num carrinho com deficiência motora (mancava para a esquerda), chego esbaforido à caixa.Julgavam que tinha acabado?Agora é preciso meter pranchas de 1.70 num espaço de 1.65.
Tranquilo a minha mulher põe os queixos no volante e é ela que traz a voiture, parecendo que está a guiar um F1, mas ainda mais apertadinho.
Em casa tentamos montar o puzzle.
1ª tentativa: Desmonta porque o meio do roupeiro está de esguelha.
2ª tentativa: Tá tudo bem? O tanas, uma das partes de trás ficou para a frente. Desmonta esta treta outra vez.
3ª tentativa: Já está? Já, só que o roupeiro não tem puxadores.
4ª -Estou sim, Ikea e os puxadores desta merda?
- São uma peça à parte.
Porra é como comprar um carro em que as portas não abrem (tipo NASCAR), puxadores opcionais ??? Então vocês acham que vou andar de cu para o ar cada vez que abrir o armário?
É mais ao menos como casar com uma loira giraça e na noite de núpcias descobrir que a vagina era "opcional".
A tarefa foi concretizada, mas cada vez que a patroa me mostra um catálogo do Ikea quase que me borro de medo.

3 comentários:

Anónimo disse...

IKEA - detesto!

Das últimas vezes que lá fui, o intuito foi comprar "gavetinhas" de escritório para a empresa, que para comprar compotas ou protetores de portátil existem alternativas :-)

Foi bonita a "tanga" de que vinham trabalhar muito em Paços de Ferreira - devem fazer tampos de mesa e pouco mais.
A verdade é que os artigos de algum valor acrescentado são obviamente chinocas, os têxteis indianos e algumas coisitas da Rep. Checa.
A fortuna do dono do IKEA (umas das maiores da Europa) é como as outras - engordada pela ganância e exploração da mão de obra, com laivos de cariz social.

Que eu saiba, é a terceira vez que se trocam mobílias portuguesas por tretas de contraplacado e fórmica -
1ª vez - anos cinquenta
2ª - anos setenta
3ª - viva o IKEA.

Blhac!

(Bjs)

Anónimo disse...

Anónimo = M Manel

Fernando Lopes disse...

Manel,

Existem coisas com excelente design a baixo preço. Só que como disse o Ricardo Araújo Pereira, no Ikea não compras móveis. Compras puzzles, que eventualmente se podem transformar em móveis.
A mobília é como tudo hoje em dia, um bem que se muda com facilidade. Não vale a pena estar a comprar móveis de grande qualidade se de 5 em 5 anos reformas a casa.

São as maravilhas da sociedade de consumo...

Beijo,

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