domingo, 23 de outubro de 2011
When the shit hits the fan
Muita da gente do sul tem uma secreta admiração pelos povos do norte. O aspecto clean, as cabeleiras loiras, os olhos claros, fazem parte, inclusive, do nosso imaginário erótico. A teoria da raça ariana existiu e subsiste porque também nós, os morenos de olhos escuros, não soubemos ver além da aparência ou valorizar a nossa.
Vem esta prosa a propósito do ataque de moral luterana da Srª Merkel. Diga-se em abono da verdade, que tanto eles como nós, temos sido particularmente estúpidos a escolher os nossos governantes. Esta teoria de pecado e castigo tem sido vendida aos países do norte e os cretinos [desta vez loiros] que lá habitam, acreditam-se.
Não entendem eles que com a conectividade que existe hoje na economia mundial, a nossa desgraça será a sua desgraça. A nossa suporta-se melhor porque tem mais sol e menores custos de aquecimento. Não compreendem que não somos canídeos para funcionar numa base de recompensa e castigo. Nem a mais leve percepção de que a nossa miséria, será, a prazo, a miséria deles. A ética calvinista e luterana não se adapta ao mundo de hoje e sairemos todos, e digo todos, mais pobres, por culpa da cobiça dos dirigentes políticos do sul e pela miopia dos do norte.
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5 comentários:
Fernando,
O que me parece é que se trata de conversa de loucos!
Se alguns países não conseguem cumprir com os pactos de estabilidade e crescimento, se calhar é porque foram obrigados a destruir a sua indústria pescas e agricultura e além das tecnologias que não produziam também têm que importar os bens essenciais.
Sinceramente já não tenho paciência para ouvi-los!
Abraço
Ana,
Não podia estar mais de acordo. Primeiro deram-nos o doce, agora querem castigar-nos por o termo comido. É, de facto, conversa de loucos.
Abraço,
Fernando
Assino por baixo.
Se facto, com a conetividade que falas, ninguém está a salvo, muito menos nesta pretensa união europeia, onde se tentou uniformizar o inuniformizável.
A moeda de cada país é espelho da sua economia e não há qualquer semelhança entre a Grécia e a Alemanha ou França, aplicando-se o mesmo a nós ou até à Itália.
De entre os povos do norte, muito gostariam de ser como nós ou os gregos, espanhóis ou italianos, por acham que nos nossos países somos mais felizes.
Acho que andamos a pagar por isto, por esta "invejidade" latente.
Querem-nos tapar o sol a toda a força, e não conseguindo, o desejo final é que não tiremos os olhos do chão, com o desânimo.
Não se pode misturar a terra com o metal, nem o sol com a neve.
Temos que dar o peito às balas!
Bjs
(de facto, começa assim)
Maria Manuel,
O ideal seria respeitarmos as especificidades de cada um com política fiscal e de desenvolvimento comum. Seriamos um "cluster" especializado em determinadas áreas (pescas e têxtil p.ex.). Como não vejo isso acontecer estou céptico, como todos nós.
Beijo,
Fernando
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