sábado, 24 de setembro de 2011

Pai Imperador (*)

Os papéis de género já não são o que eram. Depois de uma noite mal dormida sou obrigado a despertar às 9:15. Tinha-me comprometido com a minha filha a ver com atenção cinéfila uma versão da "Branca de Neve" que a entusiama particularmente por ser protagonizada pela Hello Kitty. Eu, que só tive um irmão e que até há 6 anos, a coisa mais próxima de uma boneca com que tinha lidado era um Action Man. Para a Tilucha também não existe diferenciador do papel pai-mãe. Sou frequentemente chamado a dar-lhe banho, a explicar que aquela pintinha nas cuecas não é xixi mas uma "coisa de senhoras e meninas" e por aí fora. Respondo ao grito de mãeeeee!. Desempenho todas estas tarefas alegremente. A carreira profissional das mulheres obriga a uma distribuição dos cuidados com os infantes que apenas há 20 anos atrás seria impensável. Está a ser criada uma nova espécie, o pai-imperador em analogia com o pinguim-imperador. A todos os pai-imperador, que, como eu, preparam papas e comidas, dão banhos, limpam rabinhos e contam histórias, a minha homenagem. Dentro em breve teremos uma versão macho da música da Ágata, e poderemos, enquanto desempenhamos as nossas tarefas, cantar alegremente "Sou pai solteiro, mas não me sinto só ..."

(*)  Eles nunca abandonam o ovo, que congelaria, e sobrevivem à base da camada de gordura acumulada durante o verão.

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