quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Os novos merceeiros

Um interessante artigo no Económico revela factos que todos, mesmo sub-repticiamente, tínhamos conhecimento. Devido ao peso que têm as grandes superfícies ditam unilateralmente os preços ao produtor. Os Alexandres e Belmiros desta vida enriquecem à custa do esmagamento das margens até ao limite do suportável. "Não se pode viver com eles, nem sem eles. Mas é uma guerra que está perdida à partida", confessa um pequeno produtor. Mas, como sempre, há casos de resistência. Uma pequena empresa familiar, os celebérrimos lacticínios das Marinhas romperam contrato com o Pingo Doce.  A proprietária tem uma ideias um bocado estranhas sobre política salarial, mas é, de qualquer forma, uma resistente. Cá em casa acho que vamos passar a consumir manteiga das Marinhas. Porque as pseudo campanhas para comprar nacional promovidas pelas grandes superfícies são um instrumento de marketing para enganar consumidores incautos. Estes gajos só vêem lucros, e o dinheiro é apátrida.

4 comentários:

MManel disse...

O queijo magro das Marinhas também é muito bom :-)

Bisou

Fernando Lopes disse...

É sim senhor! E embora a senhora ache que o salário deve ser parte de um acordo entre o empregador e o empregado (o que fragiliza e de que forma o empregado), e não um contrato social, admiro esta gente que herdou um negócio familiar e não ficou a viver glórias passadas, fazendo-se à estrada.

beijo

Fenix disse...

Fernando,

Na empresa onde trabalhei, fornecíamos grandes superfícies (meias e peúgas), e o boss teve sempre o cuidado de não se entregar totalmente nas mãos desses senhores, diversificando o mercado. E quando a sonae começou a exigir demais, ele também saltou fora, ficando só com jumbos e intermarchés.

Era eu que lançava as notas de crédito respeitantes a topos, aniversários, rappel e sei lá mais o que eles inventavam para sacar dinheiro ao fornecedor, e depois como era eu que tratava das cobranças, bem via como eles esticavam os prazos.

Por isso, quem for pequeno produtor não se pode meter com esta gente, senão acaba falido.

Infelizmente, na minha situação actual tenho que comprar o mais barato entre a relação qualidade/preço, e dentro desse critério opto por produtos nacionais, mas nem sempre é possível.

Quanto ao salário mínimo, coitados de nós se não existisse!

Abraço
Ana

Fernando Lopes disse...

Ana,

Não posso comentar ideias tão claras. Apenas agradecer a sua pertinente participação.
Obrigado,

Fernando

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