quinta-feira, 21 de julho de 2011

Coisas de gajo


Os gajos, em geral, têm a mania dos carros. Não existe nada mais infantil e divertido do que homens maduros a discutir cavalos, binário, técnicas de abordagem de curva, contra brecagem e power slides.Todos sonhamos ter carros que nunca compraremos a não ser em miniatura. As minhas primeiras palavras além dos triviais pai, mãe, avó, avô, sim e não, foram sobre carros. Contava-me a minha avó que exibia o meu talento precoce para a memorização de dados relativos aos automóveis, perguntando-me à frente das vizinhas qual era a marca daquele carro. E aparentemente eu respondia. É um Fiat, é um Voguebaga (VW). E acertava, para grande orgulho da matriarca. Demasiado pequeno para me recordar, vivo estas memórias através de outros.

Vem esta prosa a propósito de um encontro matinal com um Aston Martin DBS coupé. Além da natural inveja pelos 510 cavalos e 300 mil euros de pinta que circulavam à minha frente, passei momentos de sofrimento ao ver como tão mal era conduzido aquele objecto de desejo. Titubeante, aos esses, a 20 à hora. A coisa foi de tal forma que ao parar no parque, não resisti a comentar com o colega que vinha logo atrás.
- Um bomba desta tão mal conduzida, disse eu.
- Vinha a pensar na mesma coisa. Pensei que viesse devagar para se exibir, mas era mesmo trengo, comentou o companheiro de sofrimento.
Coisas de gajos, que só os gajos compreendem.

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