domingo, 12 de junho de 2011

O triunfo dos jotas


Temo pelo momento em que a minha filha se decida inscrever nalguma jota. É que, pelo andar da carruagem corre sério riscos de se tornar líder partidária. Com um bocado de sorte e a devida subvenção paternal, pode até chegar a ministra.

Portugal foi tomado pelos jotas. Pedro Passos Coelho, Francisco Assis e António José Seguro, são desde tenra idade políticos profissionais. Chamar a Francisco Assis professor é um eufemismo. O homem [de quem me recordo vagamente] saiu de um curso de Filosofia para umas aulitas, mas já estava com um pé na Câmara Municipal de Amarante com 24 anos. Na melhor da hipóteses foi professor dois anos, na pior um. O que, convenhamos é muito curto para definir uma carreira profissional.

António José Seguro tem a licenciatura dos calões, Relações Internacionais. Que me perdoem, deve haver algum licenciado em Relações Internacionais capaz e inteligente, mas por muito que olhe só vejo os Tó Zés e Varas desta vida. São tipos da minha geração, e na altura só se tirava Relações Internacionais depois de fazer Direito com o fito de uma carreira diplomática. É agora assistente universitário como Vara também o poderia ser. Basta ter os amigos certos nos lugares certos.

Pedro Passos Coelho sempre foi jota. Licenciou-se tarde e a más horas e tem um curriculum profissional longe de brilhante.

Os partidos do poder provam pelos seus líderes que preferem percursos académicos duvidosos ou tardios a integrar o melhor da sociedade. Académicos, homens de negócios, profissionais distintos afastam-se da política como Maomé do toucinho. Os três aqui mencionados são, infelizmente, representantes da minha geração. Todos rapazes que já ultrapassaram largamente os 40 sem outro objectivo que não o do poder e das guerras partidárias. E isto prova o que está errado na política em Portugal. Não se vai buscar a nata dos profissionais, faz-se da política profissão desde tenra idade. Estes factos não auguram nada de bom ...

3 comentários:

Anónimo disse...

Achei graça. Sobretudo porque a maioria dos calões de que este amigo fala foram uma maioria a ingressar não só na carreira diplomática mas também a aceder à função pública europeia que prima por ter um dos mais exigentes sistemas de recrutamento da Europa.
Tá bem...

Fernando Lopes disse...

Que me perdoem, deve haver gente capaz. A imagem q fica é de um recurso. Não sou possuidor da verdade. Na minha geração era assim. Admito que hoje possa ser diferente...

Fernando Lopes disse...

adenda:
António José Seguro, licenciou-se já depois de pertencer ao governo de Guterres. E q tal para calão?

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