Após uma maratona televisiva e pela internet uma conclusão: para os portugueses é mais importante o Sporting-Benfica do que o massacre na Líbia. A única fonte com informações relativamente actualizadas é a Al Jazeera. Um massacre está a acontecer, disso ninguém tem dúvidas. Hillary Clinton reage finalmente, apelando ao fim do derramamento de sangue. O ministro Amado fala com a prudência de quem está a pisar terreno minado. Nem uma palavra de solidariedade para com os familiares das vítimas. É a realpolitik, a sobrepor-se ao humanismo e à solidariedade. Pela minha parte, estou certo que as mortes não foram em vão. Às 00:30, já se fala em militares líbios que se recusam a disparar sobre o seu próprio povo. Não tenho dúvidas de que é o princípio do fim de Kadafi. Apenas me resta homenagear os mortos. Faço-o com a bandeira oficial da Líbia. Simplesmente verde.
A nossa cor da esperança.
2 comentários:
Fernando,
Quando eu era muito jovem, a Líbia e o Kadafi estavam irremediavelmente conotados com os campos de treino terroristas. Talvez por isso, as pessoas que estão no Poder e que são da minha geração, ainda tenham no subconsciente que os líbios serão todos terroristas e daí a reserva na solidariedade com os familiares das vítimas.
Só espero que qualquer morte em nome da Liberdade não tenha sido em vão, e que seja honrada pelos sobreviventes.
Quanto à sua introdução do post, fico sem saber se a maioria dos portugueses serão insensíveis ou apenas estúpidos.
Abraço
Ana
Ana,
A Líbia sempre foi um regime altamente militarizado. O assumido atentado de Lockerbie também acho que não ajudou.
Mas confundir um regime com um povo, é por demais grave.
Creio que os portugueses não são insensíveis ou estúpidos, apenas alienados.
O centrão bem pugnou para que isso acontecesse durante trinta anos.
Não acha?
Abraço,
Fernando
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