sábado, 15 de janeiro de 2011

Tunísia, meu amor

Por coincidência, a Tunísia é o país que conheço melhor a seguir a Portugal. Percorri-o de lés a lés. 3.000 kms. De autocarro turístico, em autocarro e carrinhas normais, de jipe, de carroça. Dormi em hotéis turísticos e em espeluncas. Conheci tunisinos ricos e pobres. Em Tunes, apesar da repressão "on parle pas de politique, monsieur", era vulgar ver o tradicional e o moderno lado a lado.
São um povo acolhedor, com aquele espírito comerciante que caracteriza os árabes. "Não dormi com eles na cama, não tive a mesma condição" como diz o poeta, mas fiquei com uma ideia relativamente sólida de como são o povo e o país. Visitei-os três vezes. Ontem puseram fim a uma ditadura, longa de 23 anos, se não contarmos com o despotismo iluminado de Habib Bourguiba.
Hoje são uma esperança. Como foram o primeiro país árabe a abolir a poligamia, que sejam o primeiro a caminhar para uma democracia plena e participativa.
Mais do que um desejo ou uma esperança, é uma certeza de que culturas diferentes não são incompatíveis com uma liberalização que desejo a todo o mundo árabe.
Que a democracia se espalhe como um vírus.
E até à próxima, irmãos.

Update:  Há como eu quem tenha esperança.

8 comentários:

O abominável careca disse...

Concerteza o caso tunisino será num futuro próximo quem sabe um verdadeiro case-study, ou seja um país de raiz muçulmana a tentar afirmar-se como democracia legítima, resta saber como reagirão os países vizinhos q como sabemos nestas coisas de "democracias" sempre deixaram muito a desejar!!! Haja esperança pr ver como reagem os governantes aos acontecimentos se vão seguir!

Fernando Lopes disse...

Pedro,

Faço minhas as tuas palavras, haja esperança!

Abraço,

Fenix disse...

Subscrevo a opinião do Pedro.
Não quero ser pessimista, mas...

Abraço
Ana Almeida

Fernando Lopes disse...

Ana,

A Tunísia já era um país mais ocidentalizado nos costumes (muito mais que Marrocos p.ex.), quer pelo turismo, quer pela comunidade emigrante.

Quero ter esperança.

Um abraço,
Fernando

Anónimo disse...

Caro Fernando,

admiro e subscrevo a vossa esperança, contudo não esqueçamos que estamos a falar de um país mulçumano, onde a "democracia" é de partido único. Apesar de a Tunísia ter sido até agora um país "aberto" ao Ocidente, acho muito estranho toda esta convulsão social. Espero estar errado mas, parece-me haver aqui uma mãozinha de "alguém.

Parabéns pelo Blogue e por tudo o que nele é retratado.

Emanuel

Fernando Lopes disse...

Emanuel,

Espero (é só uma esperança) que estejas errado.

Obrigado pelo teu contributo.
O blogue fica mais rico com a participação de gente como tu.

Um abraço,
Fernando

Dalaila disse...

In Tunisia nunca lá tive!!! de facto não é um dos países da minha eleição para conhecer, mas lá irei um dia meu amigo num ano que a tempetarura de lá ronde os 15 graus.....

Fernando Lopes disse...

Dalila,

Basta ires na Primavera. Para quem gosta de história como tu, tens Cartago, o museu do Bardo, o coliseu de El-Jem.
Tudo com 25º ...
És um bicho do frio, uma ursa polar!

Beijo para o trio o meu coração!

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