Fui acusado pela minha consorte de libertar inúmeras flatulências durante o sono. O Pinto da Costa sofre do mesmo problema, retorqui. Mas ele é rico, e tu, meu amor, és um teso.Calei-me.
Apesar de padecer do mesmo tipo de problemas do Jorge Nuno, parece que o facto ter uma mulher não-alternadeira, e de ser financeiramente um teso, me torna socialmente um tipo inaceitável. Paciência.
Distingo basicamente entre quatro tipos de flatulências. "Flatulentia Inconscientus", "Flatulentia Exbicionistus","Flatulentia Masoquistus" e "Flatulentia Alimentaris".
A primeira, caracteriza-se pelas enorme quantidades de gás que libertamos em estados de inconsciência ou inadvertidamente. Pode ser a dormir, quando nos baixamos para apanhar o brinquedo da criança, ou, simplesmente, aquelas que nos fogem de controlo.
A segunda "Flatulentia Exbicionistus", é uma coisa masculina, em que cada um se peida com mais vigor do que o vizinho. É um ritual machista, em que o mais sonoro e prolongado, vence. Existem tipos que conseguem autênticas maratonas sonoras, produzindo vários tempos desde o "pianno" ao "allegro moderato" terminando no "allegro" puro.
É uma "ópera buffa".
A "Flatulentia Masoquistus", é aquela bufa que largamos na cama, pressentimos o odor, e agitamos freneticamente os cobertores, para curtir "um cheirinho".
É uma espécie de alucinógeneo privado, em que nos embebedamos com o nosso próprio pivete. É uma forma de passar a estados alterados de consciência de quem não tem dinheiro para a cerveja ou o charro.
Flatulentia Alimentaris, é a mais temível de todas. Aconteceu-me quando fui a um restaurante vegetariano, e para mal dos meus pecados, pedi almôndegas de lentilhas. Devo ter produzido mais metano do que uma vaca argentina. Dois dias depois, ainda me peidava como um magala.
Tomo a liberdade de sugerir que as famílias de vegetarianos, possuam um certificado energético, pois são auto-sustentáveis tanto em energia eólica, como em produção de gás natural.
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