Os almoços de domingo acompanham-me desde sempre. São momentos únicos de convívio entre gerações, com o relaxamento que o dia proporciona. Oitenta e cinco anos separam a minha filha da sua bisavó, no entanto exibem momentos de cumplicidade que só poderiam ser partilhados por almas gémeas, num almoço de domingo.
Protegemos as nossas crianças de forma obsessiva, não as deixando conhecer as angústias da morte, as dificuldades da pobreza, as maleitas da velhice.
Mas é importante que nos unamos à volta de uma mesa, crianças, jovens, meia-idade e velhice. Temos em comum uma particularidade: amamo-nos e respeitamos as nossas diferenças. Mãos sábias e carinhosas preparam iguarias a que nem uma modelo anoréctica seria capaz de resistir. E tranquilos, saciado o corpo, trocam-se piadas e dormita-se, actualizam-se as estórias familiares, partilham-se feitos e derrotas.
São assim os meus almoços de domingo.
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